
Durante quatro meses, uma investigação da Polícia Civil da Bahia desvendou uma rede de perfis falsos no Instagram que espalhava calúnias e notícias falsas contra autoridades e servidores municipais de Rio de Contas.
As páginas, chamadas “O Rio Contense” (1.0, 2.0, 3.0 e 4.0), surgiam uma após a outra sempre que um perfil era denunciado ou suspenso. Com aparência de veículo jornalístico, publicavam conteúdos distorcidos, usando informações internas da administração para ganhar credibilidade.
Investigação revelou métodos engenhosos: os administradores simulavam relatos de cidadãos em mensagens anônimas, mas eram eles mesmos que construíam e replicavam as acusações. Alguns recorriam a boletins de ocorrência de outras cidades para alegar perseguição ou ataques virtuais, confundindo autoridades e ampliando o alcance da desinformação.
Entre os alvos, o prefeito Célio Evangelista da Silva e a servidora Ângela Guedes sofreram ataques sem provas de desvio de recursos e perseguição política. Profissionais da saúde e servidores do CRAS também tiveram suas reputações manchadas por conteúdos difamatórios, vivendo dias de tensão e exposição pública injusta.
Delegada Izabel Ciuffo Sento-Sé Reis reuniu documentos, depoimentos, registros digitais e provas técnicas validadas por auditorias, mostrando que os ataques seguiam um padrão: causar dano e, ao mesmo tempo, se apresentar como vítimas de perseguição.
Empresas de telefonia e a Meta, dona do Instagram, colaboraram fornecendo dados que ajudaram a rastrear os responsáveis, expondo a estrutura sofisticada da operação de desinformação.
Caso foi enviado à Vara Criminal de Livramento de Nossa Senhora e aguarda decisão judicial, servindo como alerta para os efeitos devastadores das fake news, que podem manchar reputações, gerar medo e desestabilizar vidas e instituições.