
Dias depois do governo federal anunciar a ampliação do programa que garante gás gratuito a famílias de baixa renda, os demais consumidores enfrentam aumento. O preço do botijão de cozinha subiu R$ 5 nesta quarta-feira (10). O reajuste foi definido em acordo coletivo nacional entre distribuidoras e trabalhadores.
Na prática, o impacto não atinge os beneficiários do programa social, mas pesa diretamente no bolso das famílias que estão fora da política pública. “Esse reajuste é nacional. Nós revendedores apenas repassamos o valor definido pelas distribuidoras”, explicou Robério Souza, diretor do sindicato do setor.
Com o aumento, o botijão chega a custar, em média, R$ 143 no Brasil. Para quem não recebe auxílio, o gasto mensal com gás de cozinha fica ainda mais pesado. Críticos apontam que a lógica repete um padrão: benefícios garantidos a um grupo acabam sendo compensados com elevação de preços ao restante da população.
Em 2026, outro reajuste já está confirmado. A atualização do ICMS vai elevar em R$ 1,05 o preço do botijão, segundo decisão do Confaz publicada no DOU. Essa sequência de aumentos deve reforçar desigualdades sociais. Enquanto parte da população recebe gás gratuito, milhões bancam a alta.