
A cidade de Jussiape, no sudoeste da Bahia, entrou em modo de contenção. Prefeito José Santos Luz (Avante) anunciou cortes no alto escalão. Decreto nº 139/2025, publicado no Diário Oficial de segunda-feira (8), determinou redução temporária dos salários do prefeito e secretários.
No caso do chefe do Executivo, o corte é fixo: R$ 5 mil a menos no subsídio mensal bruto. Já os secretários terão redução de 30% nos vencimentos. Medida valerá por três meses. Se a crise persistir, o decreto prevê prorrogação por igual período, ampliando o esforço de contenção.
Segundo a prefeitura, o objetivo é manter serviços essenciais ativos e evitar colapso em setores estratégicos como saúde e educação. A gestão afirma que a decisão busca cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, que impõe limites e metas no gasto com pessoal.
Para aliados, o gesto do prefeito tem valor simbólico. Ao cortar o próprio salário, ele tenta demonstrar compromisso e dividir o peso da crise. Na oposição, vereadores cobram mais transparência. Há questionamentos sobre as reais causas da queda na receita e sobre outras áreas de corte.
Servidores de níveis mais baixos temem que a medida seja apenas o primeiro passo. Há receio de atrasos em salários ou suspensão de benefícios. Moradores também vivem a incerteza. A preocupação maior é com a manutenção de remédios nos postos de saúde e merenda escolar nas creches.
Especialistas em getões públicas avaliam que medidas desse tipo aliviam temporariamente as contas, mas não substituem um plano de médio prazo para reequilibrar o caixa. Em cidades pequenas, a dependência de repasses estaduais e federais é alta. Qualquer queda na arrecadação gera efeito imediato nas finanças.
Prefeitura admite que o corte não resolve todos os problemas, mas sustenta que a medida dá fôlego para manter a máquina em funcionamento. Episódio coloca Jussiape em um cenário desafiador. A crise fiscal expõe limites da gestão e pressiona autoridades a buscarem novas soluções.