Após condenação, PSD enfrenta dilema entre apoiar anistia e manter ministérios no governo Lula

Florianópolis se tornou palco de uma reunião que misturava rotina partidária e drama político. O PSD se reuniu na sexta-feira (12), um dia após a condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão.

Kassab, presidente nacional da sigla e secretário de Governo de Tarcísio de Freitas, usou o encontro para reafirmar seu apoio à proposta de anistia. Mesmo assim, o gesto não convenceu totalmente os bolsonaristas dentro do partido.

Nos bastidores, aliados próximos a Tarcísio demonstravam cautela. A presença de três ministros do PSD no governo Lula — Carlos Fávaro, Alexandre Silveira e André de Paula — reforça a tensão e a desconfiança sobre os rumos da bancada.

Reunião reuniu nomes estratégicos, como os governadores Eduardo Leite e Ratinho Jr., além da pernambucana Raquel Lyra, cotada para compor uma chapa com Tarcísio. Cada gesto, cada fala era observada com atenção por aliados e adversários.

Embora o tema da anistia não estivesse na pauta formal, ele pairava sobre a mesa. Conversas informais e olhares trocados mostravam que a questão dividia e inquietava os membros do partido.

Um bolsonarista resumiu o clima: “Kassab declara apoio, mas não garante votos. Na prática, Tarcísio precisa se articular ainda mais”. A frase revela o dilema enfrentado entre lealdade, estratégia e pressões políticas.

Tarcísio, por sua vez, mantém cautela pública. Evitou aparições durante a semana do julgamento e se limitou a um post nas redes sociais, chamando as penas de desproporcionais e as condenações de injustas.

Governador também recuou após discurso na Avenida Paulista, quando qualificou como “tirania” as decisões do ministro Alexandre de Moraes. O gesto foi interpretado como cálculo político para reduzir desgastes.

Agora, aliados aguardam novos movimentos em Brasília. A pressão por uma solução política que evite a prisão de Bolsonaro continua, mas cada passo precisa conciliar interesses do PSD, aliados bolsonaristas e aliados de Lula.

Episódio deixa clara a fragilidade e a complexidade do momento político. Para o PSD, o desafio não é apenas decidir sobre a anistia, mas navegar pelas tensões internas e manter a coesão em um cenário nacional turbulento.

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