Tensão domina Brasília enquanto Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, anuncia que pautará a urgência do projeto de anistia. Pressão cresce sobre o parlamentar, que recebe cobranças de aliados de Jair Bolsonaro (PL) e líderes do centrão, incluindo Tarcísio de Freitas e Ciro Nogueira.
Almoço com Lula não mudou a posição do Planalto: presidente reforçou oposição à anistia ampla, destacando o risco político de liberar condenados do 8 de Janeiro. Estratégia do governo inclui articulação de ministros junto a suas bancadas e controle sobre emendas parlamentares, visando bloquear a urgência no plenário.
Reunião da manhã desta terça (16) discutiu os próximos passos: Motta pretende votar a urgência do projeto na quarta-feira (17), após análise da PEC da Blindagem. Ministra Gleisi Hoffmann lidera esforço para frear a proposta, convocando ministros da ala política para alinhar ações contra a aprovação no plenário da Câmara.
Tática inclui licença de ministros com mandato e até a mobilização para que deputados se ausentem da votação, reduzindo o quórum necessário. Mudança recente na PEC da Blindagem aumentou a complexidade: Lafayette de Andrada foi substituído por Cláudio Cajado, intensificando debates no centrão.
Aliados de Motta defendem que a votação da PEC pode criar ambiente mais favorável para discutir a anistia, enquanto o governo busca segurar o avanço da pauta. Conflito evidencia divisão clara entre Legislativo e Executivo, com repercussão direta na estratégia política de Lula e na base de apoio de Bolsonaro.
Políticos afirmam que o episódio expõe fragilidade de acordos internos e pressiona deputados contrários à anistia, que enfrentam dilema entre partido e opinião pública.