Advogado do ex-servidor Tiago Francisco Castro de Souza, preso pela PF, confirmou que ele avalia colaborar com as investigações. Tiago, de 37 anos, foi detido em Foz do Iguaçu (PR), na fronteira com o Paraguai. Ele é acusado de desviar R$ 1,2 milhão da Prefeitura de Guanambi.
Polícia Federal afirma que o dinheiro teria sido retirado da Secretaria de Assistência Social, onde ele atuava. O crime ocorreu ao longo de quatro anos. O advogado José Cardoso da Silva Júnior disse em entrevista à Rádio Alvorada que o cliente demonstrou interesse em firmar colaboração premiada.
Segundo o defensor, Tiago já teria informado ao Ministério Público sobre essa disposição, embora o processo siga sob segredo de Justiça. Durante a conversa, o advogado lembrou que o ex-servidor havia comunicado previamente uma viagem a Portugal e deixado procuração.
“Como sou advogado do divórcio dele, achei normal. Três dias depois, o caso estourou. Ele nunca falou sobre desvio de verbas”, contou José Cardoso. A defesa também levantou dúvidas sobre a hipótese de Tiago ter atuado sozinho. O esquema, segundo ele, seria complexo demais para apenas uma pessoa.
“Quatro anos de atividade, valor acima de R$ 600 mil… é difícil acreditar que alguém consiga isso sem apoio ou brechas internas”, disse. Guanambi tem cerca de 85 mil habitantes e estrutura administrativa ampla. Para o advogado, seria improvável que desvios milionários passassem despercebidos.
Caso, que envolve peculato e falsidade ideológica, ainda está em fase inicial de análise. Tiago segue custodiado em Foz do Iguaçu. Defesa informou que teve acesso ao processo há apenas dois dias e que não pode antecipar detalhes. A investigação deve se aprofundar nas próximas semanas. Colaboração premiada, se confirmada, pode revelar informações sobre possíveis cúmplices e ampliar o alcance da apuração da Polícia Federal.