Vereador de Barra da Estiva acusado de matar jovem grávida vai júri popular em Brumado

Foto Washington Tiago Sudoeste Acontece

Tribunal do Júri foi marcado para o próximo dia (16), em Brumado. A cidade vizinha receberá o caso que paralisou Barra da Estiva. A transferência do julgamento para outro município busca garantir segurança e isenção diante da pressão popular na cidade natal. Familiares e moradores planejam acompanhar o júri, que promete ser um dos mais emblemáticos do interior da Bahia nos últimos anos.

Caso que chocou Barra da Estiva ocorreu no dia 11 de janeiro de 2023 e marcou o início de um mistério que ainda assombra o muncípio. Beatriz Pires sumiu sem deixar rastros. A jovem de 25 anos, grávida de seis meses, avisou à família que viajaria. Horas depois, entrou no carro usado por Valdinei Caires, que na época era vereador e presidia a Câmara Municipal local.

Ministério Público afirma que o parlamentar atraiu Beatriz para um encontro, matou a vítima e ocultou os corpos dela e do bebê. As câmeras de segurança registraram Beatriz entrando no veículo. Dias depois, manchas de sangue foram localizadas no porta-malas do carro.

A mãe percebeu que mensagens enviadas do celular da filha não tinham o mesmo jeito de escrever. Reconheceu: não era Beatriz quem digitava. Claudilene, irmã da jovem, confirmou que Beatriz saiu às pressas e pediu que cuidassem do filho mais velho, de apenas quatro anos de idade.

O acontecetimento logo ganhou as ruas. Moradores comentavam o relacionamento secreto entre o vereador e a jovem, sempre cercado de boatos. Pessoas próximas afirmaram que Valdinei ajudava financeiramente Beatriz e pagava até reformas na casa da família.

Relatórios policiais apontaram que o celular da vítima se conectou ao Wi-Fi do sindicato, presidido pelo vereador, dois dias após o sumiço. Versão oficial da acusação é de que Valdinei se viu encurralado com a gravidez. Bebê poderia revelar a paternidade e abalar sua carreira política.

Clima em Barra da Estiva ficou tenso. Testemunhas aceitaram depor apenas em sigilo, temendo represálias e o peso político do acusado. A mãe de Beatriz relatou ter aconselhado a filha a não abortar. “Era crime e perigoso”, disse, lembrando as últimas conversas antes do sumiço.

Valdinei, vereador em ascensão, negou o crime. Disse em audiência que era vítima de perseguição por se destacar na cena política da cidade. Dias depois da repercussão, ele foi levado ao hospital após ingerir veneno. Amigos disseram ter recebido mensagens de despedida.

Para a Justiça, há indícios claros de autoria. O juiz Josué Teles Bastos Junior pronunciou o vereador por feminicídio e ocultação de cadáver. Magistrado reconheceu agravantes: crime por motivo fútil, praticado à traição, contra mulher grávida e com destruição de provas.

O caso agora será decidido por jurados. Comunidade acompanhará o julgamento que pode resultar na condenação exemplar do vereador. Mais do que um processo criminal, o episódio expõe a vulnerabilidade das mulheres e o peso da violência política no interior baiano.

Enquanto a Justiça avança, a família segue sem corpo para velar. Vazio de Beatriz ecoa em cada rua, lembrando que um crime brutal ocorreu. Para a mãe e o filho que ela deixou, a sentença do júri pode significar justiça e o fim de uma espera marcada pela dor e pela ausência.

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