Com a escalada dos preços dos combustÃveis, a federação que reúne os donos de postos de gasolina decidiu expor publicamente insatisfação com a atual polÃtica de preços da Petrobras e a carga tributária. Em carta divulgada nesta quarta (16), a FecombustÃveis (Federação do Comércio de CombustÃveis e Lubrificantes) diz que a polÃtica é perversa e que vem gerando dificuldades financeiras no setor de revenda. Desde outubro de 2016, a Petrobras passou a acompanhar mais de perto a variação das cotações internacionais e do câmbio. No fim de junho de 2017, anunciou que os reajustes passariam a ser diários, para competir com a importação por terceiros. Segundo a FecombustÃveis, entre 1º de julho de 2017 e 15 de maio de 2018, diz a entidade, a gasolina nas refinarias teve aumento de 42,25%.Nas bombas, o aumento acumulado é de 21,28%, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e BiocombustÃveis). “A polÃtica de preços adotada pela Petrobras em suas refinarias está trazendo prejuÃzo para famÃlias e empresas brasileiras que dependem de um bem prioritário”, diz a FecombustÃveis. Nas últimas semanas, com a escalada do petróleo e do câmbio, os reajustes têm se intensificado. Entre o dia 30 de março e o dia 15 de abril, por exemplo, a alta da gasolina nas refinarias foi de 17%. No diesel, foram 20%. A Petrobras alega que não tem poder de formação de preços e que não deixará de vender combustÃveis abaixo das cotações internacionais, polÃtica que gerou perdas bilionárias durante os governos petistas. A FecombustÃveis reconhece que a gestão da estatal tem melhorado suas contas e a atração de investidores, mas questiona o “É injusto que o povo brasileiro, no meio de uma longa crise econômica, seja sacrificado para beneficiar uma única empresa que foi criada e se desenvolveu em cima do monopólio da indústria do petróleo.” A entidade também critica a alta carga tributária, que representa cerca de 50% do custo final da gasolina. A alta de impostos foi responsável por cerca de 2/3 do aumento da gasolina desde julho de 2017. “Caberia ao governo federal atuar com ferramentas cabÃveis dentro da polÃtica energética para atenuar os efeitos das oscilações de preços dos combustÃveis à sociedade, revendo a questão tributária”, diz o texto.