O escritor e jornalista Gilberto Dimenstein morreu nesta sexta-feira (29) aos 63 anos. Ele passava por tratamento para combater um câncer de pâncreas, descoberto em 2019. A morte foi confirmada pelo Catraca Livre, site que fundou em 2008.
Dimenstein foi correspondente internacional, colunista da Folha de São Paulo e da rádio CBN. Também trabalhou no Jornal do Brasil, Correio Braziliense, Última Hora, Visão e Veja.
A página do Catraca Livre publicou uma homenagem ao jornalista. “A luta contra o câncer levou o fundador da Catraca Livre, mas sua determinação em construir uma comunidade mais igualitária, saudável e gentil, continua nesta página”.
No dia 16 de abril, em publicação no Catraca Livre, ele disse que abriu mão de 100% dos seus rendimentos para evitar demissão de funcionários. “Não é heroÃsmo. Consigo viver muito bem com minha aposentadoria. O que é difÃcil viver sem é da companhia de profissionais dedicados e competentes, alinhados com a visão do site de que nossa missão é fazer um mundo melhor”, escreveu.
Dimenstein foi um dos criadores da ANDI – Comunicação e Direitos, uma organização não-governamental voltada para a promoção dos direitos da infância e da juventude, da inclusão social e do desenvolvimento sustentável junto à imprensa.
Paulistano e de origem judaica, foi filho de um pernambucano de origem polonesa e uma paraense. Autor de mais de 10 livros, publicou em 1994 “O Cidadão de Papel”, que ganhou os Prêmios Jabuti e Esso de melhor livro de não ficção daquele ano.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), lamentou a morte do jornalista no Twitter e disse que “o jornalismo e a sociedade perdem um olhar humanista e solidário”.
O deputado Marcelo Freixo (PSOL) escreveu que Dimenstein “fará muita falta, principalmente num momento como esse, em que a democracia e a vida dos brasileiros estão sob grave ameaça”.
A jornalista MÃriam Leitão disse que Dimenstein “revolucionou” a forma de fazer jornalismo e que a perda é “gigante” para a profissão.