A farmacêutica norte-americana Pfizer, que desenvolveu um imunizante contra a Covid-19 em parceria com a empresa de biotecnologia BioNTech, foi acusada nesta quinta-feira (21) de “usar da boa fé” de voluntários baianos em estudos para desenvolver a vacina e não priorizar a Bahia na venda do produto.
Segundo o secretário estadual de Saúde, apesar de conversas oficiais e do apoio do governo do Estado nas pesquisas, por meio das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), a farmacêutica informou que não há mais estoque de vacina para vender.
“A Pfizer usou a boa fé de 1.500 voluntários baianos no desenvolvimento da sua vacina Covid-19 e agora recusa-se a vender vacina para a Bahia. Em 2020 reuniram-se oficialmente com o governador Rui Costa pra vender a vacina e a partir dali nos preparamos. Apoiamos o centro de pesquisas da OSID (Irmã Dulce), investimos na montagem de uma rede de ultracongeladores e, agora, nos informam que venderam tudo pra outros países”, disse Vilas-Boas.
Apesar das conversas oficiais e de o Estado apoiar e auxiliar na logística para viabilizar a aplicação de testes da Pfizer em voluntários baianos, quando a pesquisa começou na Bahia, em novembro do ano passado, não havia sido firmado um acordo para a adesão e comercialização de doses da vacina no país.
Após comprovada a eficácia e início de venda para outros países, a Pfizer chegou a dar um ultimato no Brasil para decidir se iria ou não encomendar doses da vacina. Em dezembro, a farmacêutica reforçou que o estoque com o imunizante estava cada vez menor.
Na ocasião, foram fechados acordos com mais de 30 países, tendo Estados Unidos, Reino Unido, Japão e União Europeia como principais compradores. Na América Latina, Chile e Peru também fecharam acordo com a empresa.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), por sua vez, só aprovou a vacina no Brasil em janeiro deste ano.