Quem acompanha o noticiário sobre a questão ambiental sabe que o governo da França tem sido, pelo menos no discurso, um forte defensor do meio ambiente brasileiro, com posicionamentos duros contra o desmatamento das áreas protegidas no Brasil. Mas o comportamento de uma empresa francesa, que passou a explorar territórios baianos, pode jogar por água abaixo todo discurso da França em defesa da ecologia brasileira.
Segundo o Blog Regional, a empresa francesa Voltália é acusada por moradores de supostamente cometer uma série de irregularidades contra o meio ambiente na Bahia. A primeira polêmica que a empresa teria se envolvido e teve forte repercussão foi em 2019, quando a Voltália iniciou um projeto no municÃpio de Canudos, na caatinga da Bahia, justamente no perÃmetro de uma Estação Biológica que abriga o principal refúgio no Brasil da arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), espécie considerada em perigo de extinção.
O fato foi denunciado por entidades ambientais e noticiado por veÃculos de imprensa como O Globo e UOL. Já agora em 2021, a empresa teria se envolvido novamente em um episódio de irregularidade ambiental, na cidade de Dom BasÃlio, Chapada Diamantina. Lavradores locais denunciam que a Voltália teria invadido propriedades privadas e desmatado quase 10 mil metros quadrados de vegetação nativa, sem nenhuma liberação ambiental, muito menos autorização dos donos das terras.
O fato virou caso de polÃcia, após um morador, que não quis se identificar temendo represália, prestar queixa na PolÃcia Civil. No Boletim de Ocorrência, o nativo, que vive da lavoura, relata que a Voltália invadiu seu terreno derrubando árvores nativas, sem o seu consentimento. O desmate derrubou inclusive umbuzeiros, que são árvores protegidas por lei.