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1 de novembro de 2021
Cidades

Filme gravado em Seabra leva dois prêmios internacionais

A liderança dos irmãos Júlio e Jaime Cupertino no território quilombola de Vazante, na Chapada Diamantina, centro baiano, é o fio condutor do filme Terras que Libertam – histórias dos Cupertinos, dirigido pelo geógrafo Diosmar Filho, natural da cidade de Candeias. O registro sobre os conflitos e as resistências pelo direito às terras ancestrais negras foi premiado como Melhor Documentário neste mês no Five Continentes Internacional Film Festival (FIOCC), que aconteceu na Venezuela. Em julho, o filme também foi premiado como Melhor Documentário Sul Americano no International Documentary Film Awards, mostra cinematográfica da Eslováquia.

Além dessas premiações, Terras que Libertam conquistou indicações em outros concursos internacionais, sendo foi finalista e semifinalista em dois festivais suecos: o Boden International Film Festival (BIFF) e o Stockholm Film & Television Festival (SFTF). Atualmente, está selecionado para integrar a programação do 7º Festival Internacional de Cinema de Belo Horizonte.

O FICOCC também destinou outra premiação, na categoria Melhor Documentário com Trilha Original, assinada pelo multi-instrumentista Mauricio Lourenço. A história dos líderes quilombolas da família Cupertino também foi celebrada com Menção Especial no Prêmio de Melhor Cinematografia ao diretor de fotografia Chico Soares.

“Esse documentário não é o primeiro registro sobre quilombolas no país, mas sua ideia avança na forma de memorizar a história da luta, sendo uma importante contribuição para o cinema negro”, ressalta Diosmar Filho, Doutorando em Geografia na Universidade Federal Fluminense (UFF).

O diretor da obra mergulhou no território de Vazante ainda em 2007, quando se aproximou da história da família Cupertino. O documentário destaca a defesa da comunidade contra a construção da Barragem Baraúnas e como a consciência negra sustentou a luta territorial e social. A direção de Terras que Libertam – histórias dos Cupertinos é ainda de Harisson Araújo, com realização da Ajayô Filmes. Contou ainda com produção de Edney, Marinalva e Dafny Cupertino, membros da família protagonista da história.

Narrado por Seu Jaime Cupertino, as gravações foram iniciadas em 2015, após o falecimento de Seu Júlio, aos 74 anos. O documentário traz relatos de familiares, amigas e amigos que vivem em Vazante, assim como retrata as memórias dos quilombolas nas regiões vizinhas de Baixão Velho, Agreste e Mocambo e Cachoeira, localizados no município de Seabra (BA).