A informação foi divulgada nesta segunda-feira (17) pela coluna Satélite, do jornal Correio da Bahia. O governador Rui Costa (PT) autorizou o pagamento da parcela da Bahia na compra dos respiradores para pacientes com covid um dia após a Operação Ragnarok.
A operação investigava irregularidades na compra dos aparelhos pelo Consórcio Nordeste. De acordo com a denúncia, em 2 de junho de 2020, a Secretaria Estadual da Saúde (SESAB) liberou o repasse de R$ 9,89 milhões relativos, segundo a própria nota de empenho.
Á transferência de recurso ao Consórcio Nordeste era para aquisição emergencial de 60 ventiladores pulmonares pelo Estado da Bahia, ocorreu, um dia antes. A Polícia Civil havia prendido três pessoas e cumprido mandados de busca e apreensão na Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. O caso ficou conhecido como “escândalo dos respiradores”.
Segundo a coluna, o governador 24h depois da operação, já tinha conhecimento também dos prejuízos que o negócio causaria aos cofres públicos. Dias após o escândalo estourar na imprensa, foram descobertos detalhes de ligações entre cardeais do PT e a HempCare. Com sede em Araraquara, a empresa foi contratada como intermediária da compra de respiradores fabricados na China.
Em 26 de abril deste ano, a Polícia Federal (PF) deflagrou, com autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ), uma nova operação para investigar as suspeitas de fraudes e desvios na compra dos respiradores.
Entre os alvos da Polícia Federal, estavam Bruno Dauster, ex-secretário da Casa Civil do governo e suspeito de envolvimento com o esquema. Um empresário conhecido pelas ligações a cúpula do PT na Bahia, Cleber Isaac, também figura na lista de investigados no STJ, que mantém sigilo sobre o caso.
O documento ao qual o jornal teve acesso revela um dado até então desconhecido sobre a negociata: o repasse liberado pelo governo da Bahia foi feito ao Consórcio Nordeste quase dois meses após o órgão ter pagado o montante à HempCare.