
Pressão política cresceu após a indicação do deputado federal Otto Filho (PSD) ao Tribunal de Contas do Estado. A movimentação acendeu a defesa, dentro do PT, de uma chapa puro-sangue para 2026. Cúpulas petistas avaliam que o gesto funcionou como “autorização velada” para reorganizar forças no tabuleiro eleitoral.
O partido passou a enxergar terreno fértil para lançar Jerônimo Rodrigues à reeleição, manter Jaques Wagner no Senado e colocar Rui Costa na disputa por outra vaga. Movimento considerado ousado corre paralelo ao silêncio estratégico do senador Otto Alencar. Ele evitou sinais públicos ou privados que indicassem abertura para concessões.
Angelo Coronel, por sua vez, não esconde o desejo de renovar o mandato, o que acirra ainda mais os bastidores. Força política do PSD segue como peça central da equação. A legenda controla a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia, com Ivana Bastos, e comanda secretarias robustas como Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano.
Essas estruturas sustentam um exército de deputados, senadores e prefeitos fiéis ao partido. Petistas avaliam que esse domínio amplia demais o poder do PSD e precisa ser levado em conta na composição da chapa. Eles defendem que o “direito natural” à reeleição só se aplica integralmente a Jerônimo e a Wagner, deixando Coronel em posição vulnerável.
Argumento mais repetido na legenda cita o impacto nacional. Militantes afirmam que a chapa deve fortalecer o projeto do presidente Lula e resgatar o efeito eleitoral do “13-13” de 2022. Pesquisa interna reforça a narrativa ao apontar Rui Costa e Wagner com desempenho superior ao de Jerônimo.
Levantamento recente da Real Time Big Data ampliou a turbulência. A pesquisa, de 26 de novembro, mostrou Jerônimo com 50% de desaprovação e 48% de aprovação. O índice acendeu alarmes entre aliados. Outro dado preocupante: ao comparar os três últimos governadores, apenas 11% escolheram Jerônimo como o melhor. Wagner marcou 24%. Rui liderou com folga, com 58%.
Cenário tomou corpo nos bastidores e acendeu discussões sobre rearranjos no bloco governista. Com a confirmação praticamente certa de Otto Filho no TCE, o xadrez político baiano entrou em nova fase de tensão silenciosa e cada movimento agora pesa na disputa de 2026.