A ministra Cármen Lúcia afirmou nesta sexta-feira (7) que a falta de “comunicação” do Poder Judiciário com a “sociedade” faz com as decisões da Justiça não seja “entendidas” pelo cidadão comum. “Estou igual mulher que apanha. Na hora que a pessoa pega um chicote para bater no cachorro, ela já sai correndo. Todo mundo fala o tempo todo. Denúncia e crÃtica o Judiciário, como tem de ser mesmo. O povo não está satisfeito. Nem eu”, afirmou a presidente do Supremo Tribunal Federal. “Nós (os juÃzes) temos uma incapacidade ainda de comunicação com a sociedade”, continuou. De acordo com o UOL, as declarações aconteceram no Palácio da Justiça, sede do TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), em Belo Horizonte. Cármen Lúcia participou de um evento para desembargadores e corregedores de Justiça do Estado. “A democracia é da sociedade e na sociedade, para se instalar com determinado modelo de Estado. Não há um modelo único de democracia. Há democracias, no plural. E como alcançamos a democracia no Brasil, evidentemente que chegamos num momento em que nós (os juÃzes) precisamos cogitar da legitimidade”, disse a ministra. “Ninguém vai decidir segundo o que o povo quer. O papel do Supremo é ser a força contra majoritária porque direito é razão na relação da pólis. Relação, portanto, polÃtico-social. A emoção popular não pode dominar sobre o direito”, salientou.