
Debate da COP30 expôs conflitos ambientais em regiões vulneráveis e alertou para discursos enganosos de grandes empresas.
Dom Vicente Ferreira, bispo de Livramento de Nossa Senhora, denunciou nesta quarta-feira (12) a circulação de “narrativas falsas” sobre sustentabilidade em áreas afetadas por grandes empreendimentos. Ele participou do debate “Justiça climática, democracia e direito à vida”, dentro da programação da COP30.
Empresas costumam divulgar discursos positivos, segundo o bispo, enquanto comunidades convivem com poluição, perda de território e impactos diretos na sobrevivência local. Ele afirmou que relatos oficiais muitas vezes escondem danos ambientais profundos.
Comunidades em regiões remotas sofrem mais, conforme destacou Dom Vicente. Ele lembrou que populações rurais, tradicionais e ribeirinhas enfrentam secas, contaminação e destruição ambiental provocadas por projetos que buscam apenas lucro.
Igreja busca fortalecer ações de ecologia integral, afirmou o bispo. Ele relacionou as iniciativas à Campanha da Fraternidade de 2025 e às atividades preparatórias da COP realizadas no país.
Manifesto pela ecologia integral ganhou destaque durante o debate. O documento defende que crise ambiental e social caminham juntas e critica modelos econômicos que sacrificam territórios inteiros.
Soluções apresentadas como sustentáveis podem enganar, segundo Dom Vicente. Ele alertou para “respostas fáceis” adotadas por empresas que não enfrentam problemas estruturais e apenas reforçam desigualdades.
Conversão ecológica exige união de espiritualidades, destacou o bispo. Para ele, tradições religiosas precisam atuar juntas na defesa da casa comum e na construção de justiça climática real.
Encontro reuniu lideranças de várias denominações e contou com a participação da bispa anglicana Marinez Bassotto, do pastor Josias Vieira, de Luiz Felipe, de Felício Pontes e do padre Dário Bossi, que mediou a discussão.
Diálogo entre fé, justiça social e clima é essencial, concluiu Dom Vicente. Ele afirmou que enfrentar a crise ambiental depende de alianças sólidas entre sociedade civil, igrejas e movimentos sociais.