
Há um ano e meio, o contramestre Zumbi deixou Brumado rumo à Europa para um intercâmbio de capoeira. Viagem, planejada para durar apenas três meses, abriu portas inesperadas. Ele explicou que o roteiro incluía França e Espanha antes da chegada a Portugal, onde está atualmente com a capoeirista Gingadinha.
Após a agenda inicial, o casal recebeu um convite para ministrar aulas em um colégio português. O contrato, previsto para seis meses, foi renovado por igual período. Reconhecimento do trabalho manteve os dois no país ao longo de todo esse tempo. Apresentações, palestras, seminários e eventos culturais passaram a fazer parte da rotina.
Receptividade surpreendeu o casal e consolidou a permanência na Europa. Nesta quinta-feira (20), quando se celebra o Dia da Consciência Negra, Zumbi destacou que o avanço da capoeira fora do Brasil representa a realização de um sonho antigo. Ele reforçou a importância da luta por respeito e afirmação da cultura negra. “Não queremos mais tolerância. Precisamos ser respeitados”, afirmou.
Para o contramestre, alguns debates sobre igualdade racial caminham de forma mais rápida no exterior. Ele disse que a capoeira recebe grande valorização, principalmente em escolas europeias, onde a cultura brasileira desperta interesse e admiração.