
Silas Malafaia voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e afirmou que é alvo de “perseguição política e religiosa”. O pastor divulgou um vídeo nesta quinta-feira (20), quando se completaram 90 dias desde que teve passaporte, celular e cadernos apreendidos pela Polícia Federal.
Vídeo publicado pelo líder religioso reforça acusações já repetidas em outras ocasiões. Ele chama Moraes de “ditador de toga” e diz que o ministro “não suporta ser questionado”. As declarações ocorrem em meio ao inquérito que apura indícios de coação, obstrução e até tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Investigadores afirmam que há suspeitas de que Malafaia tentou interferir em apurações que envolvem Jair Bolsonaro e aliados do ex-presidente. Segundo o STF, a Polícia Federal apontou indícios de que o pastor teria articulado “estratégias” que poderiam constranger autoridades brasileiras. Ele nega.
Malafaia disse que as suspeitas seriam “absurdas” e afirmou não falar inglês nem conhecer autoridades dos Estados Unidos, país citado no inquérito. “Imaginem o tamanho da mentira”, declarou no vídeo.
Declarações do pastor reforçam sua estratégia de confronto público com o STF. Ele argumenta que Moraes tenta criar “crime de opinião” e critica o ministro por medidas que, segundo ele, tentam intimidá-lo. “É crime conversar? É crime dar conselho? Claro que não”, afirmou.
Esforço retórico de Malafaia mira sua base religiosa, na tentativa de se colocar como alvo de abuso de autoridade. Ele mencionou que lidera uma igreja com mais de 200 mil membros e que não deixará o país. “Eu não sou covarde. Covarde é você, que usa caneta e toga para perseguir pessoas”, disse ao se referir ao ministro.
Críticas contra o STF já fazem parte da identidade pública de Malafaia. O discurso tenta reforçar sua imagem de opositor firme do Judiciário, ao mesmo tempo em que o processo avança em sigilo e sem previsão de desfecho. Enquanto isso, Moraes segue no centro das tensões entre setores bolsonaristas e o tribunal.