Assembleia da Bahia aprova, em meio a obstrução, dois novos empréstimos de R$ 950 milhões. A votação desta quarta-feira (10) ocorreu sob tensão, com aceleramento dos trâmites e quebra de normas regimentais.
Pressão marcou o início da sessão. A bancada de oposição tentou impedir o avanço das propostas, mas a presidente Ivana Bastos (PSD) conduziu os projetos direto ao plenário, ignorando pedidos de discussão prévia nas comissões.
Projetos avançaram sem debate. O primeiro deles, o PL 26.034/2025, libera R$ 300 milhões via Caixa Econômica para obras de infraestrutura urbana. O segundo, o PL 26.051/2025, autoriza R$ 650 milhões do Banco do Brasil para parcerias público-privadas. Ambos passaram de forma simbólica.
Críticas surgiram imediatamente. O líder da oposição, Tiago Correia (PSDB), denunciou falta de transparência na aplicação dos recursos. Segundo ele, o governo incluiu “praticamente todas as ações” no texto, sem detalhar programas, valores ou beneficiários.
Debates tomaram a noite. Deputados como Emerson Penalva (PDT), Samuel Júnior (Republicanos) e Júnior Nascimento (União Brasil) ampliaram as críticas, cobrando ações do governo nas áreas de segurança e saúde. O clima seguiu tenso até a reta final da votação.
Histórico pesa contra o governo. Jerônimo Rodrigues (PT) já enviou 22 pedidos de empréstimo à Assembleia em menos de três anos, totalizando cerca de R$ 26 bilhões — quase um terço do orçamento anual do Estado.
Outra polêmica se aproxima. Ainda na noite desta quarta, os deputados analisam o projeto que autoriza a Bahia a aderir ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (PROPAG). A oposição questiona a proposta, afirmando que o governo negocia dívidas enquanto amplia o endividamento.
Cenário deve continuar quente. A combinação de votações aceleradas, falta de detalhamento técnico e novo endividamento indica que o embate entre governo e oposição seguirá dominando o plenário.