
Resultado confirmou neste domingo (14) a vitória de José Antonio Kast na eleição presidencial do Chile. O país muda de rumo político a partir de 2026. Apuração indicou vantagem ampla do candidato do Partido Republicano. Com 83% dos votos contados, Kast somou 58,6% contra 41,48% de Jeannette Jara. Vitória encerra a disputa e consolida o político de ultradireita como o presidente mais conservador desde o fim da ditadura de Pinochet.
Histórico marcou a terceira tentativa de Kast ao Palácio de La Moneda. Desta vez, o discurso focado em segurança garantiu adesão popular. Campanha teve como eixo central a promessa de endurecer o combate ao crime e conter a imigração irregular, sobretudo na fronteira norte. Preocupação com a violência pesou na decisão do eleitorado, mesmo com o Chile mantendo taxas de homicídio baixas na comparação regional.
Propostas diferenciaram os candidatos. Kast defendeu medidas mais severas, como restrição de serviços públicos a imigrantes ilegais. Discurso passou por ajustes em relação a eleições anteriores. O advogado evitou temas como direitos humanos e a ditadura militar. Estratégia buscou ampliar alianças. Kast prometeu um “governo de emergência” para enfrentar o avanço do crime organizado.
Cenário eleitoral também simboliza o fim do ciclo iniciado nos protestos de 2019 e que levou Gabriel Boric ao poder. Contexto inclui o fracasso das tentativas de mudança constitucional, que desgastaram a base progressista no país. Perfil ultracatólico e conservador de Kast gera controvérsia. Ele já demonstrou simpatia pública pelo ex-ditador Augusto Pinochet.
Narrativa adotada na campanha evitou temas ideológicos e responsabilizou o atual governo pela sensação de insegurança. Reconhecimento da derrota veio rapidamente. Jara telefonou para Kast e desejou sucesso “para o bem do Chile”. Apoios reforçaram a vitória. Kast recebeu adesão de Evelyn Matthei e Johannes Kaiser, derrotados no primeiro turno.
Clima eleitoral transcorreu sem incidentes graves. O dia de votação teve frio e chuva leve em várias regiões. Relações internacionais também entraram no discurso. Kast fez acenos a Donald Trump e ao argentino Javier Milei. Posição oficial negou copiar políticas migratórias dos EUA. O presidente eleito disse buscar soluções próprias.
Votação de Kast ocorreu pela manhã em Paine. Ele prometeu respeitar a tradição democrática chilena na transição. Caminhada de Jara até o local de votação reuniu apoiadores e familiares no bairro de Conchalí, em Santiago. Avaliação do governo Boric foi minimizada pelo próprio presidente. Ele afirmou que a eleição decidiu o futuro do país.
Eleitorado somou quase 15 milhões de pessoas aptas a votar, dentro e fora do Chile, segundo o Servel. Obrigação do voto retornou nesta eleição. Multas por ausência variam de 30 mil a 130 mil pesos chilenos. Desafio do novo governo será lidar com um Congresso fragmentado e sem maioria consolidada.
Composição parlamentar favorece a direita, mas exige negociações constantes para aprovar projetos. Equilíbrio marcou o Legislativo. A direita ficou a duas cadeiras da maioria na Câmara e empatou no Senado. Transição começa agora. Kast assume em 11 de março com a promessa de mudanças rápidas e um tom firme no comando do país.