
O senador Hamilton Mourão afirmou que a saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro é grave e pode levar a uma morte repentina. A declaração foi feita ao defender, no Supremo Tribunal Federal, a concessão de prisão domiciliar tanto para Bolsonaro quanto para o general Augusto Heleno, citando riscos reais à integridade física diante do histórico clínico e da idade avançada dos dois.
Segundo Mourão, Augusto Heleno apresenta problemas de saúde acumulados ao longo de décadas de carreira militar e de outras funções públicas. Ele argumentou que essas condições foram apresentadas ao ministro Alexandre de Moraes como justificativa para a prisão domiciliar. Na mesma linha, afirmou que Bolsonaro vive em situação frágil e “anda no fio da navalha”, com risco iminente à saúde.
Avaliação foi dada em entrevista ao Painel, da Folha. Mourão disse que a condição de Bolsonaro inspira cuidados constantes e que qualquer agravamento pode ser fatal. Aliados do ex-presidente citam a fragilidade há tempos, e a defesa já usou o argumento para pedir autorização para cirurgia e reiterar o pleito por prisão domiciliar no STF.
Apesar de integrarem o mesmo campo político, Mourão e Bolsonaro se afastaram ainda durante o mandato. A relação se deteriorou em 2021, quando Bolsonaro criticou publicamente a atuação do vice. Na ocasião, disse que Mourão tinha independência excessiva e, por vezes, atrapalhava o governo, expondo a ruptura entre os dois.
Depois, Mourão admitiu que viveu uma “guerra fria” com Bolsonaro e reclamou de nunca ter sido procurado para um acerto direto. Em entrevista posterior, afirmou que uma conversa poderia ter evitado conflitos. Já em 2022, declarou que Bolsonaro teria sido reeleito caso ele não tivesse sido preterido por Walter Braga Netto na chapa.