
Obstrução da bancada de oposição paralisou a Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) por mais de 17 horas, entre a tarde de terça-feira e a manhã desta quarta. A estratégia mirou projetos do Executivo enviados em regime de urgência. A sessão começou às 14h45 e só terminou às 6h49, após sucessivas manobras regimentais para impedir a votação.
Diante do impasse, a Mesa Diretora adiou a sessão desta quarta para as 17h. A expectativa é votar indicações para o Tribunal de Contas do Estado. Devem entrar em pauta os nomes de Otto Filho e Josias Gomes. A oposição afirma que o adiamento é reflexo direto da falta de diálogo do governo com o Legislativo.
O foco da obstrução foi o pedido de urgência para o 23º empréstimo do governo Jerônimo Rodrigues. A operação prevê R$ 720 milhões junto ao BNDES. Parlamentares criticam o volume de financiamentos já autorizados. Segundo eles, o total chega a R$ 27 bilhões, sem detalhamento claro sobre a aplicação dos recursos.
Liderada por Tiago Correia, do PSDB, a oposição acusa o governo de banalizar o regime de urgência. Para o deputado, o uso recorrente do instrumento enfraquece o debate técnico e esvazia o papel das comissões. Ele afirma que a prática compromete a transparência e reduz a fiscalização sobre os gastos públicos.