14 de maio de 2016
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Foto: Rede Acontece
Diante das incertezas que rondam a chegada de um novo governo, algumas das principais companhias que operam no Minha Casa Minha Vida (MCMV) apostam na continuidade – e até na expansão – das faixas 2 e 3 do programa. Executivos de Tenda, Direcional e MRV, companhias que apresentaram o balanço nessa semana, destacaram que interlocutores da gestão de Michel Temer no Planalto já sinalizaram apoio a esses segmentos, financiados principalmente com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). No entanto, a linha mais popular do programa, a faixa 1, ainda é tratada pelo empresariado como dúvida, devido ao peso das obras no orçamento federal. As discussões sobre a faixa 1 não têm sido muito “conclusivas, por enquanto”, afirmou recentemente o diretor presidente da Tenda e conselheiro da Abrainc, Rodrigo Osmo. Em teleconferência com analistas e investidores, o executivo relatou que tem conversado sobre o futuro do Minha Casa com vários interlocutores do governo Temer, que indicaram continuidade do programa, mas com possíveis ajustes. De acordo com Osmo, pode haver espaço para o empresariado contribuir com ajustes na recém-criada faixa 1,5. “É uma discussão viva e queremos influenciar nisso”, apontou o diretor presidente da Tenda. Apesar de anunciada pelo governo, a nova faixa ainda não teve contratações e, por isso, teria espaço para modificações. Entre as críticas do setor às condições atuais da faixa 1,5, está o sistema de lista para seleção dos compradores. Assim como na faixa 1, o segmento recém-criado exige cadastro de interessados na aquisição de imóveis e o governo federal seleciona os beneficiados. O problema, de acordo com o empresariado, é que isso inibe a prospecção dos clientes, análise de crédito e o processo de repasse.
Embora a faixa 1,5 também conte com subsídios, o segmento exige crédito e envolvimento da renda das pessoas na aquisição. Para alguns empresários e analistas ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a paralisação de contratações na faixa 1 é quase uma certeza, pelo menos até que as contas públicas se encontrem em situação mais saudáveis. Por outro lado, não se espera atrasos, como ocorreu no passado, de pagamentos em obras em andamento no segmento.