
Bastidores do governo da Bahia indicam que a chapa para 2026 já está desenhada. O governador Jerônimo Rodrigues deve disputar a reeleição ao lado de Jaques Wagner e Rui Costa como candidatos ao Senado. A composição, chamada internamente de “puro-sangue”, é tratada como consenso no núcleo duro governista e conta com aval de Otto Alencar.
Estratégia tem respaldo do presidente Lula, que vê o Nordeste como peça-chave para ampliar a bancada de esquerda no Senado. A avaliação no Planalto é de que a Bahia reúne condições eleitorais para eleger dois senadores do PT. Integrantes do governo consideram a chapa a mais competitiva para enfrentar a oposição liderada por ACM Neto.
Cenário adversário inclui apoio do bolsonarismo e a provável candidatura de João Roma ao Senado. Mesmo com a articulação avançada, o governo evita tratar do tema publicamente. A cautela busca reduzir desgastes internos e preservar a unidade da base aliada antes do início oficial do processo eleitoral.
Principal impasse envolve o senador Angelo Coronel, que ficaria fora da disputa pela reeleição ao Senado. Para evitar um racha, aliados discutem ampliar o espaço do PSD na chapa majoritária. Entre as alternativas está a indicação do deputado Diego Coronel para a vaga de vice-governador.
Além do PSD, o MDB também entra no cálculo político. O partido ocupa hoje a vice-governadoria com Geraldo Júnior, o que exige novas negociações. Apesar das incertezas, lideranças avaliam que a base deve permanecer unida até 2026, embora mudanças não sejam descartadas nos bastidores.