
Inconsistências em notas divulgadas pelo ministro Alexandre de Moraes e pelo Banco Central levantaram questionamentos sobre encontros com o presidente da instituição, Gabriel Galípolo. As versões oficiais apresentam lacunas, divergências de datas e ausência dos compromissos nas agendas públicas. Inicialmente, ambos confirmaram reuniões, mas sem informar quando ocorreram nem quantas vezes aconteceram.
A controvérsia surgiu após reportagem apontar que Moraes teria pressionado Galípolo em favor do Banco Master, instituição ligada a contrato milionário com o escritório de advocacia de sua esposa. Apurações indicam ligações telefônicas para tratar da venda do banco ao BRB, versão negada pelo ministro. O Banco Central confirmou reuniões, mas não explicou a omissão dos registros oficiais.
Em nova manifestação, Moraes tentou detalhar datas e afastar qualquer tipo de pressão ou contato telefônico. A nota, porém, trouxe erros factuais, como datas incorretas da aplicação da Lei Magnitsky e confusão sobre qual banco estaria adquirindo o outro. O comunicado ainda passou por correções minutos após a divulgação.
As divergências, somadas à falta de transparência, às mudanças rápidas nas notas e à inexistência de registros públicos, ampliaram as dúvidas sobre o teor das conversas. O episódio intensificou cobranças por esclarecimentos e reacendeu o debate sobre transparência institucional envolvendo o Supremo Tribunal Federal e o Banco Central.