
Brusque virou palco de um boicote que rapidamente ganhou repercussão nacional. A loja Calçados Guarani colocou chinelos da Havaianas à venda por R$ 1 e esgotou o estoque em poucas horas. A ação ocorreu após a empresa anunciar que deixaria de trabalhar com a marca por tempo indeterminado, alegando discordância com campanha vista como provocação à população conservadora.
Segundo publicação nas redes sociais, a promoção valia para as três unidades da loja enquanto durasse o estoque. No comunicado, a empresa afirmou fazer parte do público conservador e criticou a campanha estrelada por Fernanda Torres. O comercial trouxe a frase sobre não começar 2026 “com o pé direito”, mas “com os dois pés”, interpretação que gerou reação política.
A repercussão levou consumidores às lojas, mas muitos relataram frustração ao encontrar as prateleiras vazias. Outros internautas questionaram o efeito do boicote, apontando que a venda a preço simbólico ampliou o alcance da marca. Em paralelo, a Calçados Guarani passou a divulgar produtos de outras fabricantes, reforçando o rompimento comercial.
O debate extrapolou o varejo e alcançou a política e o mercado financeiro. Parlamentares da direita criticaram a campanha, enquanto a Alpargatas, dona da Havaianas, registrou queda de 2,4% na B3, com perda estimada de R$ 152 milhões em valor de mercado. No dia seguinte, as ações reagiram e subiram 3,5%.
A polêmica também beneficiou concorrentes. A Ipanema ganhou quase 500 mil novos seguidores em poucos dias, impulsionada por comentários de consumidores dispostos a trocar de marca. Até agora, a empresa não se manifestou oficialmente. O episódio reacendeu o debate sobre ativismo de marca, consumo e impacto político no mercado.