Brasília voltou ao centro da controvérsia envolvendo o Banco Master após banqueiros e autoridades relatarem que o ministro Alexandre de Moraes teria demonstrado interesse direto no andamento das investigações também na Polícia Federal. Segundo essas fontes, integrantes da PF teriam comentado que o magistrado buscou informações sobre o caso, ampliando a crise que já envolve o Banco Central.
Informações repassadas a jornalistas indicam que o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, chegou a comunicar o presidente Lula sobre o episódio. A resposta, segundo os relatos, teria sido objetiva: “Faça o que for necessário”. Os rumores circularam na cúpula da corporação e elevaram a tensão institucional em torno do caso que envolve o sistema financeiro.
Contexto do episódio ganhou peso após a revelação de que Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, é advogada do Banco Master. O escritório dela mantém contrato de R$ 129 milhões com a instituição. Em novembro, a Polícia Federal prendeu o presidente do banco, Gabriel Vorcaro, e o Banco Central decretou a liquidação da empresa.
Procurado, Andrei Rodrigues negou qualquer conversa com Moraes sobre o Banco Master e afirmou que as informações não procedem. Segundo ele, o contato com o ministro ocorre apenas por causa de inquéritos relatados no STF. O diretor-geral também negou ter tratado do assunto com o presidente Lula.
Denúncias ganharam força após reportagem afirmar que Moraes pressionou o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, sobre a venda do Master ao BRB. O ministro nega. Em nota, o STF diz que as reuniões trataram apenas da Lei Magnitsky, sem ligações telefônicas ou pressão, e afirma que o escritório da esposa não atuou na operação.