30 de maio de 2016
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Foto: Rede  Acontece
A presidente afastada Dilma Rousseff afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada neste domingo, 29, que a divulgação de conversas gravadas de caciques do PMDB revela que a real intenção do impeachment era obstruir a operação Lava Jato, e que o presidente suspenso da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem influência central sobre o governo interino de Michel Temer. “Eles (áudios) mostram que a causa real para o meu impeachment era a tentativa de obstrução da operação Lava Jato por parte de quem achava que, sem mudar o governo, a ‘sangria’ continuaria”, disse Dilma na entrevista, em referência à expressão “estancar a sangria” usada pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) em conversa gravada pelo ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado como parte de um acordo de delação premiada no âmbito da Lava Jato. Após a divulgação do áudio na semana passada, Jucá deixou o comando do Ministério do Planejamento até que o Ministério Público se manifeste sobre a conversa. Ele nega qualquer irregularidade. Também foram gravados por Machado em conversas sobre a Lava Jato o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-presidente da República José Sarney. Na entrevista ao jornal paulista realizada no Palácio da Alvorada, onde trabalha com assessores para tentar voltar à Presidência, Dilma afirmou também que o governo do presidente interino Michel Temer terá “de se ajoelhar” a Cunha, apesar de o deputado ter sido afastado de seu mandato por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). “Podem falar o que quiserem: o Eduardo Cunha é a pessoa central do governo Temer. Isso ficou clarÃssimo agora, com a indicação do André Moura (deputado ligado a Cunha e lÃder do governo Temer na Câmara). Cunha não só manda: ele é o governo Temer. E não há governo possÃvel nos termos do Eduardo Cunha”, afirmou.