Direita soma 35% e supera esquerda, revela Datafolha

Pesquisa Datafolha indica que 35% dos brasileiros se identificam com a direita, enquanto 22% se dizem de esquerda. O resultado aponta que 57% da população já se posiciona nos extremos do espectro político, sinalizando um país cada vez mais polarizado e com menor espaço para posições intermediárias.

Levantamento realizado entre 2 e 4 de dezembro ouviu 2.002 pessoas com 16 anos ou mais, em 113 municípios. Outros 7% se declararam de centro-esquerda, 17% de centro e 11% de centro-direita. Já 8% não souberam se posicionar. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Escala usada na pesquisa pediu que os entrevistados se colocassem entre 1 e 7, sendo 1 extrema esquerda e 7 extrema direita. O método permite observar com mais precisão o grau de identificação ideológica e reforça a concentração crescente nos polos políticos do país.

Outro recorte do estudo mostrou leve predominância do petismo sobre o bolsonarismo. Na escala de 1 a 5, em que 1 representa Bolsonaro e 5 Lula, 40% se disseram petistas, contra 34% que se identificaram como bolsonaristas. Neutros somaram 18%.

Série histórica do Datafolha, iniciada em dezembro de 2022, aponta que apoiadores de Lula foram maioria em 9 dos 11 levantamentos. Quem marca 1 ou 2 entra no grupo bolsonarista; 4 ou 5, no petista; o número 3 indica neutralidade política.

Perfil educacional mostra diferenças marcantes. Entre os menos escolarizados, 41% se dizem de direita e 26% de esquerda. Já entre quem concluiu o ensino médio ou superior, o centro ganha força, com cerca de 20% dos entrevistados se declarando moderados.

Faixa etária também influencia o posicionamento. Jovens de 16 a 24 anos tendem mais ao centro, com 30%. Idosos com 60 anos ou mais se concentram na direita, com 42%, enquanto 25% se declaram de esquerda, revelando um contraste geracional claro.

Religião reforça a divisão ideológica. Entre católicos, 36% se dizem de direita e 24% de esquerda. Já entre evangélicos, a direita cresce para 42%, enquanto apenas 16% se identificam com a esquerda, ampliando o peso conservador nesse grupo.

Contexto político influenciou o levantamento. A pesquisa ocorreu após a prisão e condenação de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Lula, por outro lado, lidera as intenções de voto para 2026, tanto no primeiro quanto no segundo turno.

Cruzamento de dados revela contradições do eleitorado. Entre os que se dizem de esquerda, 9% afirmaram ter votado em Bolsonaro em 2022. Já entre os identificados com a direita, 22% declararam voto em Lula, mostrando um eleitor mais fluido do que os rótulos sugerem.

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