
Barragem do Zabumbão, principal fonte de água potável do Vale do Paramirim, opera em nível crítico. Em 1º de novembro, o reservatório registrou apenas 35,23% do volume útil, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA). Mesmo com a seca prolongada, descargas de água continuam sendo feitas para irrigação privada, agravando o risco de colapso.
Liberação beneficia poucos produtores e compromete o abastecimento de milhares de moradores. A água, lançada sem controle, se perde pelo rio Paramirim antes de chegar a Caturama, a 16 km da barragem. No trajeto, bombas de irrigação e criação de gado sugam o recurso que deveria priorizar o consumo humano.
Paramirim, Caturama, Botuporã, Tanque Novo, Rio do Pires, Ibipitanga e Macaúbas. Em breve, Boquira e Oliveira dos Brejinhos também dependerão da mesma fonte, hoje com pouco mais de um terço da capacidade. A nova Barragem do Rio da Caixa, em Rio do Pires, seria o reforço esperado. Mas a obra está no início e deve demorar anos para entrar em operação.
Até lá, todo o sistema continua sustentado apenas pelo Zabumbão. Além da escassez, o reservatório enfrenta assoreamento e contaminação. Dejetos humanos, esgoto e resíduos de garimpo reduzem a profundidade útil e comprometem a qualidade da água. As previsões climáticas indicam chuvas fracas e isoladas para novembro.