Diante da fraude exposta pela Operação Carne Fraca da PolÃcia Federal, alguns pecuaristas acreditam que o setor agropecuário passará por transformações estruturais. De acordo com o diretor-executivo da Acrimat, Luciano Vacari, as denuncias à indústria de carnes vai impor dificuldades ao paÃs no mundo, exigindo mudanças. Segundo informações da Folha de S.Paulo, uma das possÃveis alterações é a retomada de frigorÃficos regionais e de menor porte, que perderam força na última década, com o surgimento de mega-frigorÃficos como como JBS e Marfrig, apoiados por recursos do BNDES. Outra questão abordada pelos especialistas do setor é o aprimoramento dos métodos de controle. Embora seja reconhecido internacionalmente, o serviço de inspeção federal brasileiro -identificado pelo consumidor pelo carimbo S.I.F. em alimentos de origem animal- mostrou que tem limitações. “Hoje, o agente do serviço de inspeção federal é praticamente imóvel. Ele é destinado a uma unidade [fabril] e fica lá praticamente a vida toda. Por que não criar um modelo rotativo para evitar esse vÃnculo?”, questiona Vacari. Para Vacari, o poder de um mesmo agente em tantas decisões, como liberação do abate, processamento e assinatura de certificado sanitário, é excessivo. “Será que não podemos aproveitar isso tudo para implementar um modelo novo de governança no serviço de inspeção federal? Um modelo com participação de produtores e consumidores? Um modelo que não deixe toda a responsabilidade na mão de pessoas, mas talvez de entidades?”, questiona.