O cenário político baiano ganhou novos contornos com a decisão do deputado estadual Nelson Leal (PP) de romper com o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e aderir ao grupo de oposição liderado por ACM Neto (União Brasil). O ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) anunciou oficialmente o apoio nesta quinta-feira (7), em um movimento que sacudiu os bastidores políticos do estado.
Mudança de rumo foi acompanhada de um gesto raro: Leal abriu mão de disputar a reeleição para se dedicar integralmente à coordenação da campanha de ACM Neto. Deputado, que tem forte influência no interior, classificou a decisão como “um ato de coerência com o que acredita ser melhor para a Bahia”.
Durante entrevista ao Bahia Notícias, o parlamentar não poupou críticas ao atual governo. Segundo ele, a administração petista perdeu a capacidade de diálogo e marginalizou lideranças regionais. “A centralização das decisões sufocou quem está na ponta. Governo se fechou e deixou de ouvir quem constrói a política no dia a dia”, afirmou.
A adesão foi comemorada no núcleo político de ACM Neto, que enxerga na chegada de Leal uma força estratégica para ampliar a presença do grupo no interior. “Nelson é um articulador respeitado, conhece cada região da Bahia e traz consigo lideranças que acreditam em um novo projeto para o estado”, disse um aliado próximo ao ex-prefeito de Salvador.
Com histórico de sete mandatos consecutivos e trânsito entre prefeitos e vereadores, Leal reforça a estrutura oposicionista num momento crucial de articulação para as eleições de 2026. Sua experiência à frente da ALBA é vista como um trunfo para fortalecer alianças e conquistar o apoio de bases descontentes com o governo.
Em tom otimista, o deputado elogiou a trajetória administrativa de ACM Neto. “Ele transformou Salvador com eficiência, diálogo e planejamento. Tenho convicção de que pode fazer o mesmo pela Bahia”, declarou Leal.
Rompimento é considerado um golpe simbólico para o governador Jerônimo Rodrigues, que enfrenta pressões dentro da própria base e dificuldades em manter a unidade do grupo que o elegeu. Analistas avaliam que o movimento de Leal pode abrir caminho para novas deserções entre aliados insatisfeitos.
A disputa pelo Palácio de Ondina, que já se desenhava acirrada, ganha novo fôlego com o gesto político do ex-presidente da ALBA. Nos bastidores, o clima é de alerta na base governista e de entusiasmo no campo oposicionista.