Juíza brumadense desafia o peso da toga e leva empatia às decisões que mudam vidas em Barreiras

Camila Vasconcelos, 31 anos, é uma das magistradas mais promissoras da nova geração da Justiça baiana. Natural de Brumado, filha da professora Bárbara Vasconcelos e do médico Moacir Magalhães, ela é juíza titular da Vara do Júri e de Execuções Penais de Barreiras, no oeste da Bahia.

Criada em uma família dedicada ao conhecimento e ao serviço público, Camila cresceu cercada por exemplos de ética e vocação. Sobrinha do jurista Maurício Vasconcelos, uma das grandes referências do Direito baiano, ela encontrou na magistratura o caminho para transformar seu ideal de justiça em prática.

Com firmeza e sensibilidade, conduz julgamentos que envolvem dor, perdas e recomeços. A jovem juíza é conhecida pelo equilíbrio entre o rigor técnico e a empatia humana, qualidades que se tornaram marcas de sua atuação.

Em entrevista ao A Tarde, Camila descreveu o peso e a complexidade de presidir o Tribunal do Júri. “Os olhos do réu apontando ao chão e a família da vítima clamando por justiça. Sentar-se à frente de um Conselho de Sentença é, talvez, uma das experiências mais complexas e desafiadoras da magistratura. O Direito se encontra com o drama humano em sua forma mais crua. É ali que a toga pesa, não apenas pela autoridade, mas pelas decisões que mudam destinos”, afirmou.

Durante os anos de atuação, aprendeu que nenhum processo é apenas um número. Cada julgamento traz histórias de dor, escolhas e consequências. “Por trás de cada réu, há um contexto social. Por trás de cada vítima, um círculo de amor interrompido. E entre ambos, uma sociedade que busca justiça, mas que também precisa compreender seus próprios limites e responsabilidades”, pontua.

Segundo a magistrada, a imparcialidade é o alicerce da função jurisdicional, mas no Júri exige ainda mais: humanidade e autocontrole. “O juiz deve garantir o devido processo legal e a serenidade dos debates, sem se afastar da dimensão humana que dá sentido ao próprio Direito”, explica.

Para ela, ser juíza do Tribunal do Júri é um desafio diário entre o certo e o possível. “É viver entre a frieza da norma e o calor da vida real. É entender que justiça não é vingança e que o perdão, mesmo fora das sentenças, pode ser o passo mais difícil e libertador”, reflete.

Camila Vasconcelos representa uma geração de juízes que carregam mais que o peso da toga — levam a consciência de que julgar é também compreender. Sua trajetória mostra que a verdadeira Justiça não é cega: é humana, firme e profundamente comprometida com a verdade.

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