Anúncio da ruptura de Cafu Barreto (PSD) com o governador Jerônimo Rodrigues (PT) ampliou a crise instalada no grupo governista. Deputado oficializou, nesta segunda-feira (17), sua adesão à oposição liderada por ACM Neto e reforçou a sensação de instabilidade que ronda a base desde o rompimento de Nelson Leal (PP), no dia 7.
Contexto dos últimos dez dias colocou o núcleo político do governo em alerta máximo. Dois parlamentares deixaram a base em menos de duas semanas, ambos com atuação em regiões consideradas estratégicas Irecê e Vale do Paramirim. Movimento desencadeou especulações de novas baixas e abriu espaço para cálculos eleitorais mais agressivos.
Conversas nos corredores da Assembleia apontam para um cenário de incertezas. Deputados avaliam riscos e oportunidades para 2026, especialmente diante da concorrência de ex-prefeitos que miram vagas na ALBA. Avanço de ACM Neto sobre lideranças regionais aumentou a pressão interna.
Cafu Barreto decidiu migrar após avaliar o risco de perder espaço no campo governista. Ex-prefeito de Ibititá, ele enfrentava dificuldades reais para garantir a reeleição dentro da base de Jerônimo. Na oposição, passa a figurar como principal representante de ACM Neto na região de Irecê.
Apoios estratégicos reforçam o novo posicionamento do deputado. Com a mudança, Cafu ganha aliados que não tinha no governo, como o ex-prefeito de Xique-Xique, Reinaldinho, um dos coordenadores da pré-campanha de Neto.
Reação de Otto Alencar expôs fissuras internas no PSD. Senador, presidente estadual da sigla, demonstrou irritação ao saber da saída do correligionário pela imprensa. Ele classificou o gesto como falta de “dignidade política” e cobrou uma satisfação que, segundo ele, nunca veio.
Pressão sobre o governo cresce enquanto oposição comemora o momento. A leitura no staff de Jerônimo é que haverá necessidade de reforçar articulações para evitar que novas lideranças deixem o projeto governista em direção ao bloco de ACM Neto.