Oposição dividida fortalece Lula em 2026, afirma governador da Bahia

Em meio ao terceiro ano de mandato, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) avalia que a fragmentação da oposição nacional favorece o presidente Lula na disputa de 2026. Mesmo aparecendo atrás de ACM Neto nas pesquisas, o petista afirma que seu grupo político mantém força real nas urnas e nas alianças, sustentado pela maioria das prefeituras baianas.

Apesar dos números divulgados pela Quaest, que apontam 41% para ACM Neto contra 34% do governador, Jerônimo diz tratar pesquisas como fotografia do momento. Segundo ele, o foco está na execução do mandato. O governador afirma que sua trajetória política, marcada por desafios, orienta decisões e reforça a convicção de que o resultado eleitoral pode ser revertido.

Segundo Jerônimo, enquanto a oposição comemora desempenho em levantamentos, o grupo governista consolida vitórias práticas. Ele cita o apoio de prefeitos, lideranças locais e a capilaridade política como indicadores mais consistentes. “Enquanto eles ganham na pesquisa, eu ganho nas urnas”, resumiu, ao comentar comparações com reeleições de Jaques Wagner e Rui Costa.

Sobre 2026, o governador diz que a relação com Lula é de reciprocidade. Jerônimo afirma que precisa do presidente como cabo eleitoral, mas também sustenta que Lula depende da força do grupo petista na Bahia. Para ele, o presidente vive hoje um ambiente mais favorável do que em 2022, com maior penetração em regiões estratégicas do país.

Questionado sobre a formação da chapa majoritária, Jerônimo reconhece o desafio de acomodar interesses, especialmente com Jaques Wagner e Rui Costa interessados no Senado. Ele afirma manter diálogo direto com aliados, incluindo o PSD, e diz buscar uma composição competitiva, sem rupturas, capaz de fortalecer Lula e ampliar bancadas no Congresso.

Ao comentar o atual Congresso Nacional, o governador faz críticas duras a parlamentares que, segundo ele, atuam para se proteger de investigações. Jerônimo afirma que não pode haver privilégios e defende que quem comete erros responda à Justiça. Para ele, o Parlamento precisa priorizar pautas estruturantes, como combate à fome, moradia e segurança.

Na avaliação do governador, a divisão no campo bolsonarista tende a beneficiar Lula. Jerônimo criticou a forma como a direita escolhe seus candidatos e citou a possível candidatura de Flávio Bolsonaro como exemplo de decisões centralizadas. Segundo ele, disputas internas e falta de diálogo fragilizam o projeto oposicionista.

Em relação às declarações polêmicas feitas ao longo do ano, Jerônimo reconheceu excesso ao falar em “vala” e afirmou ter se desculpado. Já sobre a expressão “entupir a boca”, disse que foi retirada de contexto e usada de forma distorcida. O governador afirmou não ter perfil agressivo e rejeitou ataques pessoais a adversários.

No campo da segurança pública, Jerônimo defendeu uma atuação firme do Estado contra o crime organizado, mas ressaltou que isso não significa autorização para abusos policiais. Ele reconheceu que a Bahia ainda lidera números absolutos de letalidade, apesar da queda registrada em 2024, e defendeu a ampliação do uso de câmeras corporais.

Segundo o governador, as câmeras ajudam a proteger tanto a população quanto os policiais. Ele afirmou que o equipamento amplia a transparência das ações e reduz excessos. Jerônimo também defendeu maior integração entre União, estados e municípios, além de mais orçamento federal, para enfrentar facções que atuam além das fronteiras estaduais.

Ao tratar da ponte Salvador-Itaparica, Jerônimo afirmou que o projeto é sustentável e estratégico. O governador disse que a renegociação, que elevou o custo para R$ 12 bilhões, foi mediada pelo Tribunal de Contas do Estado. Para ele, a obra representa um avanço logístico e foi incorporada ao orçamento federal por Lula.

Sobre impactos ambientais e sociais em Itaparica, o governador afirmou que a gestão criou uma secretaria específica para acompanhar o consórcio responsável. Ele reconheceu riscos de especulação imobiliária, mas garantiu que haverá fiscalização, diálogo com comunidades tradicionais e compensações quando necessário.

Questionado sobre o volume de empréstimos autorizados, que chegam a R$ 26 bilhões, Jerônimo afirmou que o estado tem saúde financeira para contrair dívidas. Ele argumentou que a Bahia ficou quatro anos sem acesso a crédito durante o governo Bolsonaro e que parte dos recursos compensa investimentos represados.

Por fim, o governador destacou o combate à fome como principal marca da gestão. Jerônimo afirmou que 2,3 milhões de pessoas saíram da insegurança alimentar, mas reconheceu que cerca de 700 mil ainda vivem em situação crítica. Ele citou escolas em tempo integral, restaurantes populares e cozinhas comunitárias como pilares da política social.

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