Racha no MDB de Itapetinga: briga entre tio e sobrinho antecipa disputa pelo poder em 2028

Cenário político de Itapetinga, no sudoeste da Bahia, ganhou novos contornos com a ruptura entre tio e sobrinho do MDB. Prefeito Eduardo Hagge e o ex-prefeito Rodrigo Hagge, antes aliados, agora travam uma disputa que promete esquentar as eleições de 2026 e pavimentar o caminho para 2028.

Relação entre os dois começou a ruir logo após a vitória de Eduardo na reeleição, em 2024. O então prefeito recebeu o apoio decisivo do sobrinho, mas o pacto político durou pouco. Meses depois, Eduardo aproximou-se da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT), movimento articulado com os irmãos Vieira Lima, o que desagradou profundamente Rodrigo, fiel ao grupo de ACM Neto (União Brasil).

O rompimento foi inevitável. Eduardo deixou claro que não apoiará o sobrinho em 2026 e já trabalha para fortalecer novas alianças. Seu principal nome para deputado estadual é o ex-prefeito de Coronel João Sá, Carlinhos Sobral (MDB), enquanto para deputado federal deve apoiar o presidente estadual do partido, Jayme Vieira Lima.

Rodrigo, por outro lado, pretende trilhar um caminho independente. O ex-prefeito articula uma candidatura própria a deputado estadual, ainda que reconheça que as chances de vitória sejam reduzidas. O objetivo, segundo aliados, é manter visibilidade política e construir base para enfrentar o tio nas urnas municipais de 2028.

Embate ganhou contornos emocionais após a morte do ex-deputado Michel Hagge, patriarca da família e símbolo político da região. Pai de Eduardo e avô de Rodrigo, Michel era o elo que unia o clã. Com sua ausência, o que restou foi uma disputa aberta pelo legado e pela liderança política herdada.

Enquanto Eduardo consolida apoio na base governista e aposta na parceria com o PT, Rodrigo aposta alto na retomada de ACM Neto ao comando estadual. Para ele, uma vitória da oposição em 2026 abriria espaço para um retorno triunfal à Prefeitura de Itapetinga dois anos depois.

Nos bastidores, Rodrigo também vem surpreendendo com movimentos táticos ousados. Buscou aproximação com o deputado federal Antonio Brito (PSD), aliado do governador, e com Cida Moura (PSD), adversária de Eduardo nas eleições de 2024. A estratégia indica disposição para dialogar até com antigos rivais, desde que isso fortaleça sua caminhada política.

Analistas locais avaliam que o rompimento entre os Hagge não é apenas familiar, mas marca um novo capítulo na política itapetinguense, que passa a refletir a divisão entre os blocos de poder estadual. De um lado, o MDB governista; do outro, o MDB oposicionista, em um duelo que mistura herança, ambição e rivalidade.

Enquanto 2026 se aproxima, o clima é de pré-campanha permanente. Os palanques ainda nem foram montados, mas a disputa pelo futuro de Itapetinga já começou e, desta vez, com o peso de uma guerra entre sangue e poder.

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