
Vale fechou um acordo de outorga com a francesa EDF que abre caminho para assumir o controle do complexo eólico Jacobina, no norte da Bahia. O movimento reforça a estratégia da mineradora de garantir energia 100% renovável para suas operações no Brasil. Negociação prevê que a Vale poderá comprar até 95% das ações do empreendimento.
A EDF criará uma holding para abrigar o ativo, que deve abastecer principalmente as unidades de cobre e níquel da mineradora no Pará. Objetivo declarado pela Vale é suprir a forte demanda energética da Salobo Metais, na Serra dos Carajás, e da Mineração Onça Puma, em Ourilândia do Norte.
As unidades são grandes consumidoras de eletricidade e integram a cadeia de metais estratégicos para a empresa. Energia gerada no complexo baiano será direcionada ao Norte do país. A mineradora afirma que a operação reforça sua meta já cumprida em 2023 de consumir apenas eletricidade renovável no Brasil. Eventuais sobras de produção serão vendidas no mercado.
Empresa destacou em nota que o acordo é uma “alavanca para competitividade” e que projetos renováveis ampliam a segurança e a previsibilidade do abastecimento. A proposta ainda depende do aval do Cade para ser concluída. Críticas persistem sobre o impacto ambiental das operações da Vale no Pará.
As unidades citadas enfrentam ações judiciais e paralisações por descumprimento de regras ambientais e por efeitos sobre comunidades indígenas. Acordo avança, portanto, em meio a pressão crescente para que o setor mineral mantenha padrões mais rígidos de sustentabilidade, transparência e responsabilidade social.