Continua crescendo na Bahia o número de ligações clandestinas, os chamados gatos de energia, bem como as adulterações de medidores de eletricidade, que fazem com que os favorecidos gastem mais eletricidade pagando menos. Entre janeiro e março deste ano, 17 mil residências e estabelecimentos foram flagrados furtando energia. Em abril, esse montante saltou para 23 mil, o que representa um aumento superior a 35%. Os dados são da concessionária que administra o serviço, a Coelba (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia). Para descobrir os 23 mil pontos ligações clandestinas, foram realizadas 57 mil inspeções em todo o estado. Somente em Salvador e região metropolitana foram realizadas 11 mil vistorias, sendo identificados seis mil casos de ligações clandestinas, o que permitiu recuperar energia suficiente para abastecer o município de Candeias durante um mês. No primeiro quadrimestre de 2019, a energia recuperada poderia abastecer um município com 720 mil residências, como Feira de Santana, durante 30 dias. “Atuando de forma preventiva, a Coelba conta com uma equipe de inteligência que trabalha ativamente para identificar e retirar ligações irregulares de energia”, reforça a empresa. Entre os gatos desativados pela empresa, um foi identificado em uma fazenda de coco e de secagem de café no Córrego do Marobá, na cidade de Nova Viçosa, no sul da Bahia. A fraude era feita por três transformadores e 1,3 km de extensão de fiação, sem equipamentos de medição, o que, além da irregularidade administrativa, também colocava em risco a vida de pessoas que transitavam pelo local. O proprietário da fazenda foi preso em flagrante e levado para Delegacia Territorial de Nova Viçosa. A energia recuperada nessa operação é suficiente para abastecer 3,5 mil residências durante um mês. Outras três fazendas foram autuadas neste mês de junho, também no interior da Bahia. Em Juazeiro, técnicos da distribuidora percorreram a região do Salitre e encontraram gatos que atendiam irregularmente lavouras irrigadas da região. Crime – Ligação clandestina de energia é crime previsto no artigo 155 do Código Penal Brasileiro e conta com o apoio de toda a população para realizar denúncias, que podem ser feitas em caráter anônimo por meio dos canais de atendimento da distribuidora. O furto de energia é crime, sujeito às penalidades do artigo 155 do Código Penal Brasileiro, cuja pena pode alcançar até oito anos de reclusão. Além de representar riscos de acidentes graves à população, a energia furtada é paga por outros consumidores, através do repasse na tarifa de energia, conforme determina a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Como denunciar – Para reduzir os riscos e o furto de energia, a Coelba mantém um programa constante de inspeções. A empresa tem canais de denúncia para casos de fraudes e furtos, por meio dos quais é possível passar as informações anonimamente, como o telefone 116 ou o site.