Apenas 4 em cada 10 brasileiros afirmam serem capazes de lidar com despesas inesperadas sem ter de recorrer a empréstimos ou pedir dinheiro emprestado para parentes e amigos. Esse é mais um dado preocupante mostrado na pesquisa “Preparo do brasileiro para o futuro e imprevistos”, realizada em conjunto entre o Banco Central, Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Para o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, os números comprovam a lacuna que ainda existe do tema na sociedade brasileira. “A educação financeira é um alicerce fundamental para ter o pleno controle do próprio dinheiro, sendo possível lidar com qualquer imprevisto que venha a ocorrer, já que uma pessoa educada financeiramente sabe a importância de ter reservas e poupar com propósitos definidos”. A pesquisa revelou ainda que o tempo médio que o brasileiro conseguiria manter o padrão de vida em caso de alguma dificuldade financeira é de 5 meses. Apenas 9,5% afirmam conseguir tal feito por mais de um ano enquanto 26,5% dizem conseguir manter esse padrão entre 1 e 3 meses. “Essa pergunta nos preocupa há muitos anos, já que o resultado disso é justamente o número assustador de inadimplentes e a mudança dessa realidade começa com a educação financeira desde os primeiros anos de vida”, afirma Reinaldo. Conquistas já foram feitas como a Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef) e também a obrigatoriedade da inserção do tema nas escolas de todo o país através na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) a partir de 2020, porém o debate precisa ser ampliado para que as crianças e jovens consigam levar esses conteúdos até as famílias. “O cenário ainda é preocupante e por isso regulamentar a atividade do profissional educador financeiro é fundamental para ter o respaldo na realização de ações que contribuam com a construção de uma sociedade mais financeiramente sustentável no futuro”.