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3 de dezembro de 2015
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'Eu não vou aceitar ser chantageada’, afirma Dilma

FOTO: BRUMADO ACONTECE

FOTO: BRUMADO ACONTECE


No momento em que soube da decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de acolher a ação de impeachment contra ela, Dilma Rousseff não se surpreendeu. “C’est la vie”, afirmou. “Eu não vou aceitar ser chantageada.” Dilma foi avisada um pouco antes do anúncio de Cunha e se reuniu no Palácio do Planalto com os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), entre outros. Ficou decidido ali que ela precisaria fazer um “contraponto forte” ao presidente da Câmara, na linha da ética, mostrando que o deputado usa o cargo para se proteger e ameaçar o governo. O Planalto deve recorrer ao Supremo Tribunal Federal contra o parecer de Cunha. Cardozo foi um dos que ajudaram Dilma a redigir o pronunciamento, planejado sob medida para que ela não deixasse dúvidas de que é vítima de uma vingança. Depois do discurso, a presidente recebeu no Planalto o apoio de vários deputados e senadores da base aliada e também de outros ministros. “Vamos trabalhar e conquistar politicamente a derrota do impeachment”, reagiu Dilma. Um dos presentes contou que, por mais estranho que possa parecer, a sensação dela, naquele momento, parecia ser de alívio. A presidente chegou a dizer que a aprovação da mudança da meta fiscal pelo Congresso, ontem, provava que o governo pode vencer os mais duros obstáculos. Dilma falou com o vice Michel Temer (PMDB) apenas por telefone e recebeu uma ligação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também conversou com Wagner. Lula disse que o governo tinha condições de recompor sua base e derrubar o impeachment, reunindo 171 votos no plenário.