Doença silenciosa que muitas vezes é confundida com problemas gastrointestinais, o câncer de ovário é menos incidente na mulher do que os de colo de útero e mama, contudo é considerado o tumor ginecológico que mais ocasiona mortes no planeta. Por ser uma doença silenciosa, mais de 70% dos diagnósticos ocorrem em estágio avançado, quando a doença já atingiu outros órgãos. Especialista no assunto, a oncologista Aknar Calabrich intensifica o alerta às mulheres nesta quarta-feira (8), Dia Mundial de Combate ao Câncer de Ovário. Ela explica que geralmente o tumor é silencioso porque “o ovário é um órgão solto dentro da cavidade abdominal”, por isso a semelhança com problemas gastrointestinais. “A partir do momento em que esse tumor vai se desenvolvendo, vai lançando células na superfície peritoneal, que fica dentro da cavidade abdominal. Os sintomas são o desconforto abdominal, alteração do ritmo intestinal. Uma má digestão, muitas vezes decorrente do acúmulo de líquido, o que a gente chama de ascite. Os médicos que geralmente iniciam a investigação são ginecologistas ou gastro, justamente pelos sintomas abdominais”, explica. De acordo com ela, mais de 70% das pacientes com câncer de ovário são diagnosticadas com a doença já em estágio avançado. “às vezes a paciente acaba fazendo outros exames como endoscopia, que não detecta nada. A investigação é com exame físico. E exame de imagem, de acordo com o que o médico achar no exame físico. Quando a gente fala de tumor no útero, na mama, têm métodos de prevenção. Para o câncer de ovário ainda não tem esse exame capaz de identificar precocemente”, afirma a oncologista. Aknar Calabrich chama a atenção também para o histórico familiar. Segundo ela, 20% dos tumores são decorrentes de síndromes genéticas hereditárias. “Pela estimativa do INCA [Instituto Nacional de Câncer], na Bahia está estimado 360 novos casos a cada 100 mil habitantes. A estimativa é de 6 mil novos casos no Brasil para o biênio 2018/2019”, detalha.