Gabriel Almeida Nogueira, de 27 anos, fez história ontem (9) ao se tornar o primeiro aluno com sÃndrome de Down a concluir um curso de graduação na UFPel (Universidade Federal de Pelotas), no Rio Grande do Sul. Ele se graduou no curso de Teatro. O tema do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), que ganhou nota 10, foi “Oficina de Teatro Down: Todos Somos Capazes de Fazer Tudo”. A apresentação começou com um vÃdeo do projeto “Novos Caminhos”, da Faculdade de Educação, onde Gabriel estagiou e fez sua pesquisa. Em seguida, apresentou um trecho de “Hamlet”, obra de William Shakespeare, para a banca examinadora. O jovem faz parte, ainda, do projeto de extensão “Fronteiras da Diversidade”, do (NALS) Núcleo de Artes, Linguagens e Subjetividade, do qual é bolsista. Em entrevista para a assessoria da universidade, a professora Fabiane Tejada, que fez parte da banca, falou sobre a trajetória de Gabriel. “Ele tem caracterÃsticas fundamentais ao professor de teatro: sensibilidade, respeito, disciplina e capacidade de conviver em grupo. Será um ótimo professor”, avaliou. Joseane Almeida, mãe de Gabriel, lembrou orgulhosa das escolhas e conquistas do filho. “Ele sempre nos surpreende. Superando suas próprias limitações, querendo seguir adiante e ter uma vida ativa. Isso é mérito dele e das pessoas que acreditaram nele. A Universidade deu essa grande oportunidade, não estabeleceu limites e ‘deu corda’ para que ele seguisse em frente”, disse à assessoria da UFPel. Para o professor Alexandre Marques, da Escola Superior de Educação FÃsica, a maneira como a sociedade vê pessoas com sÃndrome de Down tem evoluÃdo ao longo dos anos. “As pessoas têm que buscar sua identidade, independentemente do tipo de deficiência que possuem. Precisamos acreditar nelas e pessoas como o Gabriel têm mostrado isso”, afirmou. A banca elogiou o trabalho apresentado e destacou o engajamento e o comprometimento de Gabriel. Após a conquista da nota 10, o estudante agradeceu a todos que vieram e contribuÃram para sua trajetória acadêmica, sendo aplaudido várias vezes. “Estou emocionado e feliz. Esse trabalho vai ajudar outras pessoas”, contou.