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12 de janeiro de 2016
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Preço do petróleo cai, mas gasolina não deve ficar mais barata no Brasil

Foto: Urandi Acontece

Foto: Urandi Acontece


A queda na cotação do petróleo já atinge os níveis mais baixos em dez anos. No entanto, segundo refere a Folha de S. Paulo, o conselho de administração da Petrobras defende a manutenção dos preços da gasolina e do diesel, que estão com valores superiores ao mercado internacional. A reportagem investigou que os aumentos de preços no ano passado e o corte nos investimentos são vistos pelos conselheiros como “os dois únicos movimentos efetivos de ajuste da Petrobras em 2015”, nas palavras de um deles. A Petrobras reavalia os preços a cada trimestre. Fontes disseram à Folha que em reunião no fim do ano, a posição dos conselheiros foi unânime contra qualquer mudança. Os cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) indicam que o preço da gasolina no Brasil está 14,4% superior à cotação do combustível no golfo do México, usada como referência nos mercados do Atlântico. Já o diesel é vendido no país a um valor 47,1% acima. A diferença é resultado da grande queda das cotações internacionais nos últimos meses, sem que os preços no Brasil seguissem a mesma redução. O último reajuste nos preços dos combustíveis foi promovido no final do terceiro trimestre.O petróleo já estava em queda, mas a Petrobras elevou a gasolina em 6% e o diesel, em 4%. O petróleo continuou caindo, até atingir, nesta semana, a casa dos US$ 31 por barril. Em países com maior concorrência, o preço dos combustíveis acompanha a redução no preço. Por exemplo, nos Estados Unidos a gasolina foi vendida em 2015 ao menor valor desde 2009, de acordo com pesquisa da Agência de Informações em Energia do Departamento de Estado daquele país. No Brasil, ela subiu 20%, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo). Analistas ouvidos pela reportagem explicam que a crise financeira da Petrobras não permite a redução dos preços no Brasil. Pelo contrário, alguns bancos deendem novos reajustes para que a empresa consiga terminar o ano. “Se a Petrobras optar por reduzir o preço dos combustíveis, podemos esquecer 2016”, diz o analista Flávio Conde, do site Whatscall. A reportagem também apurou que o conselho da estatal avalia que o governo não deve pressionar por redução nos preços, apesar dos impactos benéficos que o movimento teria na inflação. A estratégia de manter os preços altos contribuiu para que a empresa fechasse dois trimestres com fluxo de caixa positivo, o que não ocorria desde 2007.