18 de janeiro de 2016
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Foto: Rede Acontece
A ex-ministra Marina Silva afirmou neste domingo, 17, que o seu partido, a Rede Sustentabilidade, é contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff porque teme que a chegada do vice-presidente Michel Temer ao poder possa resultar na paralisação das investigações da Operação Lava Jato. Para Marina, tanto o PT, partido de Dilma, quanto o PMDB de Temer são “faces da mesma moeda” e têm responsabilidade diante dos sucessivos escândalos de corrupção que afetam o País. “O nosso receio é que o impeachment possa criar uma aura de que o problema foi resolvido, retirando todo o suporte da população às investigações da Operação Lava Jato”, disse Marina após uma reunião da executiva da sigla, chamada de elo nacional, em Brasília. Um dos porta-vozes da Rede, Luiz Eduardo Soares argumenta que, se Dilma for afastada do cargo, a coalizão de partidos que se formará para dar sustentação a um eventual governo de Temer poderia pressioná-lo para que ele colocasse obstáculos aos avanços da operação. “Essa eventualidade poderia criar condições adequadas a uma tentativa de paralisação da Lava Jato, que é hoje o que existe de mais importante no Brasil”, afirmou.
Reservadamente, um dos parlamentares da legenda disse que esse temor é um dos principais motivos que levou a Rede a decidir, já no ano passado, a se posicionar contra o impeachment de Dilma. Os aliados de Marina acreditam que, como o PMDB tem nomes importantes sendo investigados pela operação, a chegada de Temer à Presidência poderia fazer com que os caciques da legenda atuassem para inibir a atuação da Polícia Federal, seja repassando menos recursos para a instituição, seja escolhendo um ministro da Justiça que desse menos liberdade de atuação a órgãos como o Ministério Público.