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17 de janeiro de 2017
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Arqueólogos revelam onde estão as lendárias “minas do rei Salomão”

Imagem Reprodução

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Por mais de dois séculos, teólogos liberais usavam a falta de comprovação histórica de alguns trechos para criticarem a ideia de uma Bíblia inerrante. Um de seus argumentos mais comuns é que não havia registros extrabíblicos dos reinados de Davi e Salomão. Contudo, escavações arqueológicas em Israel ao longo das últimas décadas mudaram essa perspectiva. Descobertas recentes mostram que a extensão do reino de Salomão, o maior território que Israel já teve em sua história, realmente chegou onde o registro bíblico diz. Na edição de fevereiro de 2017 do Journal of Archaeological Science, os arqueólogos Erez Ben-Yosef, Dafna Langgut e Lidar Sapir-Hen anunciam as descobertas que fizeram durante escavações na região mais inóspita de Israel. Eles descobriram em Timna, no extremo sul do país, mais indícios de onde ficavam as lendárias “minas do rei Salomão”. Eles aprofundaram o trabalho que foi primeiramente divulgado em 2013. Em uma das partes mais áridas e desoladas do deserto do Negev, eles encontraram ruínas de estábulos e depósitos de minério onde um dia se localizavam os maiores campos de fundição de cobre do reino. A datação de artefatos recuperados comprova que são do século X antes de Cristo, o que coincide com as datas do reinado de Salomão. Esta descoberta resolve uma grande controvérsia histórica. Embora não existisse evidência histórica abundante sobre a extração de minério de cobre, as ruínas de Timna mostram que havia minas e fundições ativas durante o reinado de Salomão. Portanto, não é difícil concluir que o Vale de Timna realmente abrigava as minas mencionadas pela Bíblia. Por causa da extrema aridez da região, materiais orgânicos acabaram ficando extraordinariamente preservados. Ben-Yosef, Langgut e Sapir-Hen foram capazes de recuperar ossos de animais, sementes e pólen em pilhas de esterco de burro, abundante no local. A análise desse esterco revelou que os animais eram alimentados com o bagaço de uva em vez de palha.

Imagem Reprodução

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O uso de bagaço na dieta mostra como esses burros eram bem cuidados, pois eram fundamentais na retirada do cobre das minas e o transporte de suprimentos para o acampamento. A análise dos ossos de animais e das sementes mostra que os operários -provavelmente escravos – tinham uma dieta rica, que lhes dava condições de desempenhar um trabalho que exigia muito de seus corpos. Outro aspecto que chama atenção é a disposição do esterco, armazenado na parte interna das estruturas fortificadas. Isso indica que foi usado como combustível para o aquecimento inicial dos fornos de fundição. Os três arqueólogos descobriram artefatos que também demonstram que no local havia mais de um tipo de metalurgia. Além de fundir o minério de cobre, também o refinavam e preparavam lingotes. As minas de Timna não eram as únicas pertencentes a Salomão, mas podem ter sido as maiores. A estrutura do portão principal e dos muros evidenciam que o local era bem guardado. Isso mostra que nos tempos de Salomão tinham ali uma forte presença militar.  O valor do cobre era muito alto na época, por ser usado para fabricar ferramentas e armas, vitais para as sociedades antigas. Essa ideia de riqueza gerou, séculos mais tarde, a lenda que as minas de Salomão eram de ouro e diamantes. Essa ideia se popularizou por causa do romance ficcional “As Minas do Rei Salomão”, de Rider Haggard, publicado em 1885. Era cobre, no entanto, o que realmente se extraía dali. A Bíblia dedica 21 capítulos à história do reinado de Salomão, destacando sua extensão, riqueza, poder e organização. Muitos estudiosos questionavam se não havia exageros nos relatos para agradar o rei. Contudo, surge agora a comprovação de que havia presença militar judaica no extremo sul do deserto do Negueve, historicamente pertencente ao reino de Edom.