O relatório anual de 2016 do Conselho Internacional para o Controle de Narcóticos (INCB, na sigla em inglês) , entidade da Organização das Nações Unidas (ONU), alerta que houve um aumento desproporcional dos casos de overdose de drogas e medicamentos entre as mulheres no mundo. O documento, lançado esta quinta-feira (2), pede aos paÃses que levem as mulheres em consideração na preparação de programas e polÃticas sobre o assunto. As informações são da ONU News. Segundo o INCB, os governos devem dar prioridade ao fornecimento de cuidados de saúde a mulheres dependentes e quer mais fundos e coordenação para evitar e tratar o abuso de drogas entre o público feminino. O relatório mostrou que mulheres e meninas representam um terço dos usuários globais de drogas. Os Ãndices mais altos foram registrados entre as mulheres em paÃses ricos. Ao mesmo tempo, apenas 20% das pessoas que recebem tratamento são mulheres. Comparado com os homens, as mulheres são mais propensas a receber prescrições de narcóticos e medicamentos para combater a ansiedade. O relatório mostra ainda que houve um aumento significativo das prisões de pessoas do sexo feminino por crimes relacionados à s drogas. Os especialistas constataram uma forte conexão entre as trabalhadoras do sexo e o uso de drogas. Eles explicam que muitas mulheres se prostituem para financiar as drogas e outras usam as substâncias para conseguir suportar a natureza do trabalho. O organismo da ONU afirma também que a legalização da maconha para uso recreativo é incompatÃvel com as (Brasil e América do Sul) No Brasil, o relatório diz que o crime organizado e o tráfico de drogas continuam sendo o foco das preocupações e da cooperação regional, incluindo a trÃplice fronteira do paÃs com a Argentina e o Paraguai. No ano passado, Brasil, Peru e BolÃvia anunciaram a criação de um centro de inteligência da polÃcia para combater o tráfico de drogas entre os três paÃses. O governo brasileiro firmou também um acordo de cooperação estratégica com o Escritório da PolÃcia Europeia (Europol), para aumentar a cooperação entre os dois lados. O relatório do Conselho Internacional para o Controle de Narcóticos afirma ainda que apesar da fabricação de cocaÃna ocorrer principalmente na Colômbia, no Peru e na BolÃvia, laboratórios clandestinos foram encontrados no Brasil, na Argentina, no Chile e no Equador. Além disso, o uso de cocaÃna por estudantes do ensino médio é mais alto na América do Sul em comparação com as Américas Central e do Norte e no Caribe. Os maiores Ãndices foram registrados na Argentina, Chile, Colômbia e Brasil, em quarto lugar. Em relação ao “crack”, Brasil, Argentina, Chile e Paraguai apresentaram os menores Ãndices de consumo entre os estudantes do ensino médio. O documento do INCB ressalta ainda a implementação de programas para detectar o HIV no Brasil.