Os peritos criminais da Polícia Federal produziram em três anos da Operação Lava Jato um acervo espetacular de 1132 laudos, jamais igualado em outras missões. Entre março de 2014 e março de 2017, eles entregaram 390 Laudos de Exame de Equipamento Computacional Portátil, 286 de Exame de Dispositivo de Armazenamento Computacional, 258 de Exame de Equipamento Computacional, 80 de Exame Financeiro, 43 de Exame Contábil, 23 de Exame de Local da Internet e 16 de Exame Documental de Engenharia. A atuação dos peritos criminais federais é fundamental para a conclusão dos inquéritos da Polícia Federal. Os laudos por eles produzidos dão sustentação às investigações e às denúncias criminais levadas à Justiça pelo Ministério Público. Os peritos são profissionais metódicos, abnegados, que agem com discrição, conhecidos pela imparcialidade e isenção. O perito Fábio Salvador, que atua na PF no Paraná – base da maior operação de combate à corrupção já realizada no Brasil -, é apontado como o ‘cabeça da criminalística’ em Curitiba. Graduado em Geologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, mestrado e doutorado em engenharia mineral pela USP, ele comanda uma equipe com mais de 30 peritos criminais federais. Na edição 38 da revista Perícia Federal, publicação da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Fábio Salvador respondeu, em entrevista, uma pergunta sobre as consequências da grande investigação. “Que Brasil a nova geração pode esperar para o futuro devido à Lava Jato?” O perito respondeu. “Um país que teve no trabalho de pessoas comuns exemplos de esforço e coragem para desafiar a corrupção atávica, convenções arcaicas, dogmas políticos e desvios éticos, que usaram a lei e o conhecimento científico como desinfetantes da moral pública e dos conchavos corporativos e que, se não obtiveram sucesso em sua empreitada de pavimentar os caminhos de uma sociedade mais justa, ao menos desnudaram grandes hipocrisias sustentadoras do atraso da nação.”