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19 de março de 2017
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Sonda da Nasa encontra ‘fontes’ de bolhas nos mares de Titã

Imagem Reprodução

Imagem Reprodução

Novas imagens dos mares de Titã tiradas pela sonda Cassini, da Nasa, em fevereiro desse ano, apontam para existência de ‘fontes’ compostas de bolhazinhas de azoto nos mares hidrocarbônicos do satélite de Saturno, informa o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa. “Os nossos colegas prestaram muita atenção ao fato de o azoto se dissolver em hidrocarbonetos e mostraram que bolhazinhas desse gás podem realmente surgir nos mares de Titã, sendo mais frequentes do que tínhamos pensado anteriormente. Na realidade, tudo isso se parece como lagos. É como se os mares de Titã ‘respirassem’ azoto. Quando se refrigeram, acumulam azoto, ‘inspirando-o’. Mas durante o aquecimento eles ‘o expiram'”, conta Michael Malaska do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa. No momento atual, Titã é o único corpo celeste conhecido no sistema solar, além da Terra, que possui reservatórios líquidos em sua superfície. Durante 12 anos de trabalho na órbita de Saturno, a nave espacial Cassini e a sonda Huygens descobriram dezenas de lagos, rios e mares em Titã, também esclareceram vários processos atmosféricos que regem a formação e destruição dos lagos e rios. A composição química destes lagos era desconhecida até 2014, quando cientistas estimaram pela primeira vez a composição dos lagos com ajuda da sonda Cassini. Soube-se que eles são constituídos principalmente por metano, mas os cientistas propuseram que nestes lagos também houvesse butano, etano e outros hidrocarbonetos. Entretanto, Michael Malaska e seus colegas descobriram mais uma peculiaridade desses “reservatórios”, ao estudar dados recebidos pela sonda Cassini no decurso do seu último voo sobre os mares de Titã, que foi realizado em meados de fevereiro desse ano. Esses dados recebidos indicam outra coisa muito estranha — revelou-se que há varias quantidades de etano, metano e outros elementos em diferentes lugares. Tais variações, opina Malaska, significam que essas estruturas que antes eram consideradas ilhas por cientistas, possuem um caráter exótico. Os planetólogos da Nasa afirmam que, na verdade, essas ilhas não representam terra firme, mas são ‘fontes’ de bolhas de azoto vindas das profundezas dos mares de Titã. Os cientistas apontam que elas surgem porque o metano é misturado com etano em resultado das chuvas ou degelo que ocorrem no fundo dos mares. Os cientistas realizaram alguns experimentos no laboratório análogo aos mares do satélite de Saturno e descobriram que moléculas de azoto rapidamente perdem a capacidade de dissolver-se em uma mistura de metano e etano, pois se separam do líquido e assumem o formato de bolhas. Além disso, devido ao fato de que há chuvas e ciclos de tempo em Titã, é provável que tais “fontes” possam surgir sempre nas águas de Titã bolhas que sobem muito rápido à superfície dos seus mares e que provavelmente foram vistas pela sonda Cassini no decurso de voos anteriores perto de Titã. Por que isso é importante? Se tais bolhas realmente surgirem nos mares de Titã, a aterrissagem da sonda na superfície poderá resultar em colapso. O motor da sonda irá aquecer essas ilhas e o azoto será liberado rapidamente, provocando surgimento de jato de gás forte que será capaz de destruir o aparelho espacial. Segundo os cientistas, será fundamental conseguir se proteger de tais “emissões” para realizar missões futuras a Titã. (Sputnik News Brasil)