11 de fevereiro de 2016
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Identificar se o filho está com dengue e intervir no momento certo pode ajudar a criança a se recuperar mais rapidamente e, no caso de a doença evoluir para um quadro mais grave, conseguir tratá-la logo no início para evitar complicações maiores. Mas, muitas vezes, os sintomas, piores entre os pequenos, acabam passando despercebidos pelos pais, alertam especialistas consultados iG. Coordenadora do Centro de Medicina Fetal e UTI Neonatal do Hospital Samaritano, Teresa Maria Uras Belém destaca ao iG quão diversas podem ser as formas como a doença se manifesta, desde a condição assintomática até a uma manifestação tão grave que pode levar à morte. “30% das pessoas com dengue não apresentarão sintomas importantes. É basicamente tratar a febre com paracetamol – o AAS é proibido –, repousar e se hidratar bastante”, lembra Teresa Maria. “Nos bebês, no entanto, a dengue pode ser mais grave.” A pediatra Natasha Slhessarenko, do Delboni Medicina Diagnóstica, detalha que, quanto menor for a criança, menos específicos serão os sintomas. Desta forma, apatia, sonolência e falta de apetite podem ser sinais da dengue, assim como febre alta, de início abrupto. “A criança pode ter dor no corpo e dor forte nas articulações, além do cansaço e fraqueza. Dor no fundo dos olhos também é comum”, lista a pediatra.
Dor abdominal é sinal de gravidade – Se a criança apresentar dor abdominal, no entanto, os responsáveis devem correr rápido para o pronto-socorro, já que isso é um indicativo de que a dengue está evoluindo para um quadro grave. Natasha alerta que também acontece de a criança passar a sangrar pelo nariz ou ao escovar os dentes. “Normalmente, os sintomas mais críticos aparecem quando a febre cessa. Se, depois de dois ou três dias, a febre passa mas a criança não melhora, é sinal de alerta”, explica ela. “Dor abdominal, vômitos persistentes, queda de pressão, fígado doloroso e sangramento por meio de vômitos ou fezes são sinais de dengue grave.” Entretanto, se crianças conseguem sinalizar que estão com dores abdominais, o mesmo não pode ser dito em relação aos bebês. Por isso, os pais devem ficar atentos aos choros persistentes e levar em consideração a avaliação do pediatra, que fará exames para detectar se o problema é grave. Se for comprovado, muitas vezes é preciso internação para aplicação de soro, já que a essa altura o doente começa a perder líquidos. “A célula dos vasos se abre e permite a passagem de líquidos de dentro do sangue para fora dele. A criança vai ficando inchada”, alerta a médica. “Às vezes, é necessário dar um remédio para aumentar a pressão arterial [sempre no hospital], para o coração bombear melhor. Algumas crianças acabam indo para a UTI.”
Febre é sinal de que o corpo está combatendo uma infecção – Apesar da má fama, a febre é um sinal de que o organismo está reagindo a um agente infeccioso. Pelo fato de a criança ou bebê ainda não ter completado o calendário de vacinação e também por ter o sistema imunológico imaturo, é comum a ocorrência de episódios de febre e infecções. “A defesa do bebê é a própria pele, a saliva, o suco gástrico. Ele ainda não tem proteção contra muitas bactérias, apesar de ter recebido anticorpos por meio da placenta e também pelo leite materno. Isso ajuda a protegê-lo até que comecem as vacinas”, explica Natascha. Segundo a pediatra, se o bebê/criança tiver febre por um dia mas continuar comendo normalmente, só se sentindo um pouco indisposto, os pais não precisam entrar em pânico. Isso deve mudar, no entanto, caso os sintomas permaneçam no segundo dia. “Especialmente entre aquelas menores de dois anos e, mais especificamente, menores de seis meses. O choro inconsolável e a irritabilidade podem indicar a evolução para a dengue grave”, resume.