A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou nesta quarta-feira (11) projeto que permite o saque integral do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) em caso de pedido de demissão. Hoje, o FGTS só pode ser sacado em caso de demissão quando não há justa causa. Outras situações, como doenças graves, fechamento da empresa e fim do contrato, também possibilitam a retirada. O projeto de lei pode seguir diretamente para análise da Câmara em cinco dias úteis se não for apresentado recurso para votação no plenário. Para o relator da proposta, senador Paulo Paim (PT-RS), o texto corrige distorção por estender à vontade do trabalhador a possibilidade de acesso ao recurso. O governo Michel Temer mira no FGTS como uma forma de injetar recursos na economia e, no ano passado, liberou o saque de contas inativas. Para Luiz Antônio França, presidente da Abrainc (associação de incorporadoras), criar alternativas para sacar o dinheiro do fundo é ruim, porque demonstra falta de entendimento dos seus benefÃcios.França destacou o objetivo social do FGTS e o uso dos recursos para habitação, como o programa Minha Casa Minha Vida. Para Mario Avelino, presidente do IFDT (Instituto Fundo Devido ao Trabalhador), a aprovação do projeto pode desencadear uma onda de pedidos de demissão e gerar instabilidade nas contas do fundo. “Será um canal para pagar cartão de crédito e saldar dÃvidas do cheque especial, por exemplo”, afirma.